Sob forte pressão política, o ministro da Saúde admite que “todo o sistema” das maternidades e blocos de parto está a ser estudado, sem explicar quantos destes serviços serão encerrados. Até porque a ideia, insiste Manuel Pizarro, não é focar a reorganização desta rede nos encerramentos: “Nunca pensamos em termos de quantas vão fechar, mas em quais são as regras de qualidade e segurança.”
Em Santa Maria da Feira, este sábado, Pizarro comentou a notícia da SIC que dava conta da intenção do Governo de encerrar algumas maternidades privadas, sem dizer quais. “As regras, se dizem respeito à qualidade e à segurança, não dependem de quem é o proprietário da maternidade”.
Isto é: numa altura em que o Governo e a direção executiva do SNS estão a desenhar uma reorganização da rede de blocos de parto, estes serviços estão a ser avaliados consoante as suas qualidades técnicas — e, nas palavras de Pizarro, é preciso “fazer com que as regras muito exigentes no setor público” sejam aplicadas ao setor privado também.
As declarações acontecem numa altura em que as falhas e tempos de espera nos serviços de urgência, e em especial nas maternidades, voltam a colocar o ministro sob pressão. Esta semana, tanto o Bloco de Esquerda como o PCP entregaram requerimentos para exigir a presença de Pizarro no Parlamento, para pedirem explicações ao ministro tanto sobre a questão das maternidades como sobre as urgências. No seu requerimento, o BE pergunta especificamente porque é que o ministro não desmente a intenção já noticiada de fechar maternidades, coisa que voltou agora a não fazer.
Aos jornalistas, Pizarro comentou também as novas regras para passageiros que cheguem aos aeroportos vindos da China e que, anunciou esta sexta-feira o Governo, passarão por testes aleatórios à chegada. Com o sistema a começar a aplicar-se no primeiro voo que chegou, na manhã deste sábado, da China, o ministro anunciou que foi possível fazer as “recolhas” necessárias para os testes em “34 minutos”.
“A operação correu francamente bem” e “sem complicações” indesejáveis para os passageiros ou para os aeroportos, tendo envolvido uma equipa multidisciplinar, com elementos do SEF, INEM e PSP, explicou.
E frisou a “recomendação” para que quem viaja até à China nesta altura tenha “cuidados especiais”, uma vez que “a situação epidemiológica é muito diversa da de Portugal e do resto dos países da UE e o risco é maior”. Será, assim, recomendado que quem o faça tenha o esquema vacinal em dia e seja “muito rigoroso” com as medidas de higiene, além de ter de fazer um teste negativo no máximo até 48 horas antes do voo. Por agora, o ministro acredita que estas medidas “serão suficientes” para controlar o risco.