A presidente da Casa do Brasil em Lisboa disse que a invasão dos três poderes no seu país por apoiantes do ex-presidente Bolsonaro é “grave” e considerou que atos como aqueles podem repetir-se em Brasília ou outros estados.

“Neste momento, de pensar no que assistimos hoje, é claro que podemos esperar que outros atos aconteçam”, afirmou Cyntia de Paula.

“Esperemos que não, mas há a partir daqui uma grande preocupação que atos assim se repitam, não só em Brasília, mas em outros lugares” do Brasil, acrescentou.

Para já, na opinião da presidente da Casa do Brasil, o receio existe internamente e o certo é que no exterior, pela forma como tudo aconteceu, a imagem do Brasil foi mais uma vez afetada.

“Uma coisa é certa, mais uma vez a imagem do Brasil fora fica extremamente fragilizada”, realçou.

Por tudo isto, Cyntia de Paula considera “ser fundamental que as pessoas que patrocinam, organizam e inflamam esse tipo de ação sejam responsabilizadas o mais rápido possível”, lembrando que o Presidente Lula da Silva “já se comprometeu com essa responsabilização”.

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Para a presidente da Casa do Brasil é também importante que haja “uma estratégia de segurança pública”.

“Foi inaceitável vermos meia dúzia de policiais na frente dos três poderes”, quando já se sabia “há alguns dias eu ia haver esta manifestação”, considerou.

Por isso, entende que tudo o que se passou hoje em Brasília é “altamente condenável, porque são atos terroristas cometidos de forma antidemocrática, com destruição do património público”.

Além disso “é um reflexo do que o ‘bolsonarismo’ e o próprio Bolsonaro inflamou em todo o seu governo”.

Mas é também “lamentável” e “extremamente grave”, não só “porque claramente houve uma falha por parte da segurança do governo do Distrito Federal”, mas porque há “várias situações preocupantes, sobretudo também a demora da própria polícia na intervenção” e o “não respeito pelos poderes da Constituição”, que garante a democracia.

Cyntia de Paulo concluiu ser “uma tristeza assistir a uma situação dessas uma semana depois da posse do Presidente e de uma eleição democrática e limpa”.

Uma situação que a presidente da Casa do Brasil em Lisboa classificou de “violenta” e “terrorista”.