O antigo padre do Funchal, Anastácio Alves, que desapareceu em 2018 sem deixar rasto, está a ser procurado internacionalmente. “Foi acionada a cooperação judiciária internacional em matéria penal, com vista a notificar o arguido da acusação pública”,avançou o Ministério Público esta segunda-feira. A notícia de que o sacerdote foi formalmente acusado de cinco crimes de abuso sexual de criança e adolescente já tinha sido dada, aliás, pelo Observador na semana passada.
Madeira. Padre Anastácio Alves acusado à revelia de cinco crimes de abuso sexual de menor
O Ministério Público publicou então uma nota no seu site, reagindo às várias notícias que têm sido dadas sobre a demora na localização do antigo padre da paróquia do Funchal, começando por referir que foi aberto um inquérito, em julho de 2018, depois de “uma comunicação da Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Câmara de Lobos ao Ministério Público, dando conta de que o mesmo menor teria sido vítima de crimes de abuso sexual de crianças e de atos sexuais com adolescente perpetrados por dois indivíduos” — um deles já morreu.
Tal como contou o Observador em 2019, o sacerdote encontrava-se à data da queixa feita em 2018 ao serviço de uma comunidade em Paris. No entanto, desde essa altura que o sacerdote desapareceu sem deixar rasto.
Padre foi denunciado duas vezes, mas só à terceira a Igreja agiu. Agora, desapareceu
A investigação da Polícia Judiciária terminou então em julho de 2019, explica agora o Ministério Público, e “diligenciou-se igualmente pela localização do referido sacerdote, em França e em Portugal, com vista a constituí-lo e interrogá-lo como arguido“. “Tais diligências resultaram infrutíferas”, acrescenta.