Entre os meses de janeiro e outubro de 2022, os acidentes provocados por veículos em circulação no sentido oposto ao estabelecido por lei provocaram, pelo menos, 11 mortes. Os dados relativos ao ano passado ainda não contabilizam os meses de novembro e dezembro, mas já apresentam um aumento de 43% em relação aos números totais de 2019, segundo Alain Areal, diretor-geral da Prevenção Rodoviária Portuguesa (PRP), citado pelo Jornal de Notícias.

Nos primeiros 10 meses de 2022, registaram-se 226 acidentes em contramão, número que, nos 12 meses de 2019, ficou pelos 158. Apesar do ano passado não estar ainda totalmente contabilizado pela GNR, o número de vítimas mortais foi superior àquele que se verificou no mesmo tipo de sinistros em 2019, 2020 e 2021. Houve também mais feridos graves e leves: quatro e 12, respetivamente.

Os condutores entre os 31 e os 50 anos são as que estão mais vezes envolvidas em acidentes deste tipo, de acordo com a GNR, embora em 2019 a Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR) tenha pedido mais formação para condutores com mais de 70 anos por causa da condução em contramão.

A má sinalização das estradas pode ser um dos motivos principais, aponta Alain Areal, acrescentando que se verifica uma “grande representação” de velocípedes a infringir as regras de circulação. Arruamentos e estradas nacionais têm maior incidência deste tipo de sinistros, segundo a GNR.

Os dados portugueses estão em linha com aqueles que são apresentados por estudos internacionais, ainda segundo o diretor-geral da PRP, citado pelo mesmo jornal. Entre 2010 e 2019, as mortes em acidentes provocados por veículos em circulação no sentido oposto ao estabelecido representaram 1% do total de mortes nas estradas nacionais. A ANSR aponta 68 vítimas mortais num total de 6880.

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