O novo chefe do Exército de Israel, Herzi Halevi, prometeu esta segunda-feira manter os militares fora da política, dias depois de o seu antecessor se ter manifestado contra as mudanças planeadas nas operações militares na Cisjordânia ocupada.

O tenente-general Herzi Halevi assumiu o cargo de chefe do Estado-Maior do Exército numa cerimónia em Jerusalém, sendo o primeiro colono da Cisjordânia a servir como chefe militar.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, prometeu entregar o controlo do corpo militar que supervisiona a política de assuntos civis na Cisjordânia ao seu ministro das Finanças, Bezalel Smotrich.

Ao novo ministro da Segurança Nacional do país, Itamar Ben-Gvir, foi prometido o comando da paramilitar Polícia de Fronteiras, cujas tropas operam na Cisjordânia sob a autoridade dos militares.

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Numa entrevista este fim de semana, o antecessor de Halevi à frente do Exército israelita, Aviv Kohavi, criticou as recentes opções do Governo, dizendo não entender como “numa determinada área pode haver dois comandantes com duas instruções diferentes, uma para a Polícia de Fronteira e outra para o Exército”.

Kohavi também avisou que separar a Administração Civil do Ministério da Defesa da cadeia de comando do Exército na Cisjordânia ocupada “poderia causar danos” tanto para israelitas como para palestinianos.

Na sua intervenção de tomada de posse, o novo líder militar prometeu “manter o Exército unido (…) e desprovido de todas as questões que não sejam aquelas de segurança“, dando a entender que não vai querer imiscuir-se nos problemas políticos.

Israel ocupou parte da Cisjordânia, juntamente com o leste de Jerusalém e a Faixa de Gaza, na guerra de 1967 no Médio Oriente.

Cerca de 500.000 israelitas vivem em colonatos na Cisjordânia, que são considerados ilegais pela maior parte da comunidade internacional.