O ataque informático de que a TAP foi alvo em agosto gerou perdas estimadas de 5,7 milhões de euros, revelou Christine Ourmières-Widener. A CEO da companhia aérea está a ser ouvida esta quarta-feira no Parlamento, respondendo às perguntas dos deputados sobre a indemnização de 500 mil euros a Alexandra Reis.
Christine não se demite. “Gestão tem a missão de seguir em frente e temos atuado de boa fé”
Na declaração inicial, falada em português, a CEO explicou que estes 5,7 milhões euros dizem respeito a perdas estimadas de “cinco milhões de euros de receitas da Fly Tap” e outros “700 mil euros de custos adicionais”.
A 26 de agosto, a TAP revelou que tinha detetado uma intrusão nos seus sistemas informáticos na noite de 25 de agosto. No primeiro comunicado, a empresa indicou que, na altura, “não foi apurado qualquer facto que permita concluir ter havido acesso indevido a dados de clientes”. Na primeira comunicação a empresa especificou também que os sistemas de voo não tinham sido afetados.
Mais tarde, um grupo de hackers partilhou dados de clientes da TAP na “dark web”, contrariando a informação inicial de que não tinham sido comprometidas informações de clientes.
Já em setembro, quase um mês depois do ciberataque, a CEO assinou um longo email enviado aos clientes da companhia aérea, no qual lamentava as consequências deste ataque informático. A mensagem era acompanhada por um vídeo. “Enquanto CEO da TAP gostaria de me dirigir pessoalmente a vocês”. “Felizmente, fomos capazes de detetar e evitar o ataque numa fase inicial, sem ter impacto na nossa operação.” No entanto, a executiva admitia que tinham sido comprometidos alguns dados de clientes.
“O ataque dirigia-se a nós mas atingiu-vos também, os nossos clientes. Agora estão a publicar os dados na ‘dark net’.” Mas a executiva realçava outro ponto relevante: a vontade de não querer negociar com hackers. “Nós não queremos negociar e não estamos dispostos a recompensar este comportamento de maneira alguma”.