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Sempre que um professor tenha três anos completos de serviço (1095 dias), mesmo que não seguidos, vai poder entrar para os quadros. A vinculação de professores será feita “sempre” pela lista de graduação, como pedem os sindicatos de professores. E os Quadros de Zona Pedagógica vão aumentar de 10 para 63, fugindo a fronteiras de municípios, para “pôr de lado a ideia” de que as câmaras irão contratar professores. Estas são algumas das propostas do Ministério da Educação que foram enviadas, nesta manhã de quarta-feira, ao sindicatos, e explicadas em conferência de imprensa pelo ministro João Costa.

Falando aos jornalistas, o ministro calculou que serão necessários “um valor de um pouco mais de 100 milhões de euros” para implementar as medidas que dividiu em três eixos: “Aproximar, fixar e vincular.”

No dia em que retoma a terceira ronda negocial com os sindicatos, o ministro da Educação convocou uma conferência de imprensa, que contou com a presença do secretário de Estado da Educação, António Leite. Outra das novidades apresentadas, e que ainda serão negociadas com os sindicatos dos professores, são mudanças no 5.º e 7.º escalões dos professores — há muito pedidas pelos sindicatos, já que para passar para estes escalões é necessário que abram vagas. A queixa dos sindicatos é que há sempre muito menos vagas do que professores aptos a subir de escalão — apenas quem tem avaliação de Excelente ou Muito Bom faz progressão automática.

O estrangulamento que existe para essa subida na carreira não desaparece, mas irão ser propostas mudanças nas exigências para aceder a esses escalões, permitindo que anualmente possam subir aos 5.º e 7.º escalões 75% e 58%, respetivamente, dos professores que têm condições para o fazer. O objetivo é conseguir estar em condições de fazê-lo até ao fim da legislatura.

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“Procuramos, desta forma, responder aos problemas do sistema educativo, valorizando os professores, resolvendo dificuldades antigas, garantindo mais estabilidade, menos precaridade, melhores condições salariais para todos os que estão contratados e acelerar a progressão”, defendeu o ministro, dizendo que o Governo o faz com “responsabilidade orçamental, mas na senda de um investimento sistemático e continuado”, e na expectativa de obter acordos com os sindicatos nas várias propostas.

Já para os professores contratados, João Costa anunciou que estes irão ter dois novos índices remuneratórios consoante o tempo a que dão aulas — na prática, isto permitirá aos professores “ter melhores salários”. Esta questão já esteve na mira de Bruxelas que ameaçou processar Portugal. Em causa, segundo a Comissão Europeia, estava o incumprimento de uma diretiva desde 2001 e um tratamento considerado “discriminatório” já que os professores contratados ganham sempre o mesmo, independentemente dos anos de serviço.

Na conferência de imprensa, o ministro da Educação anunciou que a intenção do Ministério passa por vincular, ainda este ano, “mais de 10 mil professores” — uma medida que responde ao alerta dos sindicatos de que o ritmo de entrada de novos docentes em funções não tem conseguido responder ao número de saídas, com um salgo negativo que compromete a formação dos alunos.

No âmbito das reformas que pretende introduzir no modelo de recrutamento e colocação de professores, João Costa explicou que as propostas do Governo — que assentam nas ideias de “aproximar, fixar e vincular” — vão permitir “reduzir as distâncias de deslocação” dos docentes que se vejam obrigados a mudar de escola. O universo de Quadros de Zona Pedagógica vai ser alargado, passando dos atuais 10 para um total de 63. Uma medida que o ministério prevê que possa limitar a distância dentro das zonas pedagógicas a um máximo de 50 km.

“A redução das dimensões das áreas geográficas em que os professores são colocados é uma prioridade. Atualmente, os professores de quadro de zona pedagógica são obrigados a deslocar-se em zonas que distam entre 157 km e 244 km, podendo, em anos sucessivos ser colocados em qualquer escola dentro destas regiões, com as deslocações que tal comporta”, sublinhou João Costa.

Esta quarta-feira, a tutela reúne-se com FNE (16h) e com SNPL, SIPEB, ASPL, SEPLEU e Pró-Ordem (18h). Na sexta-feira, 20 de janeiro, o primeiro encontro é com a Fenprof (9h30), seguindo-se, às 11h30, SIPE, FENEI/SINDEP, SPLIU, STOP e FEPECI

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Atualmente, há várias greves convocadas por diferentes sindicatos. Na segunda-feira arrancou a greve distrital, organizada por oito estruturas, entre elas a Fenprof, o sindicato mais representativo de professores em Portugal. A FNE, a segunda maior federação de sindicatos, não se juntou à convocatória.

Assim, além de outras paralisações já convocadas, a greve nacional de professores e educadores vai decorrer de 16 de janeiro a 8 de fevereiro. A cada dia, a greve de 24 horas centra-se apenas num dos 18 distritos do continente. Começa em Lisboa (16 janeiro) e termina no Porto (8 fevereiro), e segue os restantes distritos por ordem alfabética.

Desde que arrancou o segundo período, a 3 de janeiro, várias escolas têm fechado por causa de greves. Há diferentes protestos a decorrer. O STOP — Sindicato de Todos os Professores convocou uma greve por tempo indeterminado, que arrancou no ano passado, a 9 de dezembro. Além dos professores, estes pré-avisos incluem também trabalhadores não docentes.

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Outra greve — apenas parcial — foi convocada pelo SIPE — Sindicato Independente dos Professores e Educadores. Neste caso, os professores que aderirem à greve faltam apenas ao primeiro tempo letivo do dia. Dependendo do horário dos professores, a sua hora de greve cairá em diferentes momentos do dia.

Há ainda uma greve da Fenprof que já atravessou vários anos letivos: a paralisação ao sobretrabalho e às horas extraordinárias, que permite aos professores recusarem trabalho fora do seu horário normal. Este ano letivo, começou logo a 24 de outubro.