O Sindicato dos Jornalistas (SJ) criticou esta quinta-feira o anúncio da saída de quatro profissionais do Diário de Notícias, manifestando-se “perplexo com a sistemática prática da administração do Global Media Group em diminuir os quadros nas empresas que detém”.

Depois de, em julho de 2022, ter sido aberto um período para negociação de rescisões amigáveis e voluntárias na TSF, Jornal de Notícias (JN), Diário de Notícias (DN) e O Jogo, a redação do DN foi de novo confrontada, este mês, com o anúncio de que três jornalistas grandes repórteres e um gráfico foram convidados a rescindir os seus contratos sob o argumento de reduzir os custos fixos”, pode ler-se num comunicado do SJ.

Segundo o sindicato, estes quatro profissionais não tinham manifestado interesse em aderir ao programa de rescisões voluntárias apresentado no ano passado.

A situação “contradiz a promessa que foi feita sobre um reforço de recursos humanos para aquela redação” e, acrescenta o SJ, “não haverá substituição de profissionais com o mesmo grau de experiência”.

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Por outro lado, afirma o sindicato, as redações do Global Media Group (GMG) “foram informadas hoje, 19 de janeiro, da contratação de um novo responsável para a área de Inovação Digital não se colocando aqui, aparentemente, a necessidade de reduzir custos”.

O SJ denuncia uma vez mais, apesar de nas entrevistas o presidente do conselho de administração do GMG, Marco Galinha, garantir que a meta do grupo é o jornalismo de excelência, o contínuo esvaziamento das redações ano após ano sob diferentes pretextos, mas todos eles com um denominador comum, a crise”, lê-se no comunicado.

O sindicato diz que vai voltar a insistir para reunir com a administração do grupo sobre a situação do DN e sobre a estratégia que está a ser seguida para o JN, TSF e O Jogo.

No comunicado, o sindicato refere que os trabalhadores do GMG não são aumentados em termos gerais há mais de 16 anos.

Na quarta-feira, fonte sindical do GMG confirmou à Lusa que a redação do Diário de Notícias tinha agendada uma reunião para debater o futuro do jornal, face ao recente anúncio de saída de mais quatro jornalistas.

Trata-se da proposta de negociação para a saída de mais quatro jornalistas, onde se incluem grandes repórteres e um gráfico, com o argumento de reduzir os “custos fixos”, disse a delegada sindical do Diário de Notícias (DN), Valentina Marcelino.

A Lusa questionou a administração da GMG por escrito sobre este tema, mas até ao momento não obteve resposta.

Em 2008, o DN contava com mais de 60 jornalistas e agora, em 2023, três despedimentos coletivos depois, o último dos quais em 2020, rondam os 30: a redação conta com 18 jornalistas, dos quais quatro juniores, mais três diretores e nove editores.