Trabalhou com os três candidatos, Carla Castro, Rui Rocha e José Cardoso, garante que os conhece bem e não tem dúvidas: Rui Rocha quem tem o perfil que gosta de ver “num líder liberal, desgarrado ao poder e sem ceder a conveniência pessoais”.

Em entrevista ao Observador, questionado sobre quando percebeu que Carla Castro não tinha perfil para liderar a Iniciativa Liberal, Cotrim Figueiredo cortou a eito: “Apetecia-me perguntar quando é que Carla Castro começou a achar que eu tinha uma gestão autocrática. Devia ter tido a hombridade de me dizer o que pensava. Não gostei e fiquei desagradado”.

Questionado sobre as críticas de Tiago Mayan Gonçalves, João Cotrim Figueiredo explicou que “devolveu a graçola” ao antigo candidato a Presidente da República quando, em pleno palco da Convenção, desafiou o portuense a agradecer ao Comité Central pelos sucessos do partido.

Quando discursava, Mayan Gonçalves fez questão de agradecer o trabalho de Cotrim Figueiredo. O ainda presidente da IL respondeu: “Agradece ao Comité Central”. Em entrevista ao Observador, explicou que a acusação é “tão descabida que até tem graça” e que queria ouvir Mayan Gonçalves a repetir as mesmas críticas. “Já que está à minha frente que diga o mesmo”, disse.

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O deputado lamentou as críticas trocadas entre os candidatos a ocupar a liderança da Iniciativa Liberal. “Preferia que não tivessem havido, sou o primeiro a dizer”. Ainda assim, não acha que o tom da campanha interna da IL seja diferente do que acontece “nos outros partidos”.

Realçando que os liberais “são democratas” e que “no dia a seguir há que dar os parabéns ao vencedor”, Cotrim Figueiredo afastou a ideia de que se vai demitir caso Carla Castro vença as eleições.

Sobre se se vê enquanto deputado no Parlamento Europeu, Cotrim Figueiredo deixou outra garantia: “Cargos é coisa que nunca procuro”. Não fechando totalmente a porta, e explicando que tudo dependerá das necessidades do partido, não deixou de torcer o nariz à ideia. “Não me meto em coisas que acho que não consigo fazer a diferença.”

Já questionado sobre uma possível candidatura a Belém, admite ser uma decisão “mais fácil”, mas apenas por ser “menos provável” ser eleito como Presidente da República do que conquistar um lugar no Parlamento Europeu.

Quanto à vice-presidência da Assembleia da República, a resposta foi rápida: “Não”. Sobre as próximas legislativas, Cotrim Figueiredo está “convencídissimo” de que a IL vai ser chamada para assumir “responsabilidades governativas” nas próximas eleições. “Terei 65 nas próximas legislativas. Não quero ficar na política até aos 70.”