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Altar-palco onde o Papa Francisco vai celebrar missa final da Jornada da Juventude vai custar 4,2 milhões de euros

Este artigo tem mais de 1 ano

A empresa municipal da Câmara de Lisboa que está a requalificar o Parque Tejo adjudicou por ajuste direto o altar-palco à Mota-Engil por 4,2 milhões. Em 2010, palco de Bento XVI custou 300 mil euros.

O Observador deslocou-se até ao local onde se vai realizar a Jornada Mundial da Juventude 2023, em LIsboa, que conta com a presença do Papa Francisco. Em entrevista, Duarte Ricciardi, secretário-executivo do Comité Organizador Local da Jornada Mundial da Juventude 2023. 28 de Novembro de 2022 Parque das Nações, Lisboa TOMÁS SILVA/OBSERVADOR
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Estrutura vai ser construída à beira do rio Tejo, na zona da foz do Trancão

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

Estrutura vai ser construída à beira do rio Tejo, na zona da foz do Trancão

TOMÁS SILVA/OBSERVADOR

O altar-palco onde o Papa Francisco vai celebrar a missa final da Jornada Mundial da Juventude (JMJ 2023), em agosto deste ano, junto ao estuário do rio Tejo, em Lisboa, vai custar 4,2 milhões de euros, de acordo com o contrato publicado na semana passada no Portal Base.

A obra foi adjudicada pela SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana (empresa municipal da Câmara de Lisboa que está responsável pelas obras no Parque Tejo para acolher a JMJ 2023) à construtora Mota-Engil por um total de 4.240.000 euros, a que acresce ainda o IVA.

Segundo o contrato, que foi assinado no dia 13 de janeiro deste ano, a construtora tem 150 dias para executar o projeto após a consignação da obra — pelo que é expectável que o altar-palco esteja pronto entre junho e julho deste ano.

O contrato disponível no Portal Base mostra o preço da obra: 4.240.00 euros

A obra foi adjudicada por ajuste direto, apesar do elevado valor, ao abrigo de um artigo incluído no Orçamento do Estado para 2023 e que diz respeito à situação específica da Jornada Mundial da Juventude.

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“Para a celebração de contratos que tenham por objeto a locação ou aquisição de bens móveis, a aquisição de serviços ou a realização de empreitadas de obras públicas e que se destinem à organização, programação, conceção e implementação da Jornada Mundial da Juventude 2023, incluindo as intervenções necessárias nos locais dos eventos e a eventual relocalização de instalações existentes, as entidades adjudicantes podem adotar procedimentos de ajuste direto quando o valor do contrato for inferior aos limiares referidos nos n.os 3 ou 4 do artigo 474.º do CCP, consoante o caso”, lê-se nesse artigo. O limiar em causa é de 5,35 milhões de euros.

Trata-se de um valor muito mais elevado do que o que foi gasto em 2010 para a instalação do palco no Terreiro do Paço em que o Papa Bento XVI celebrou a missa: na altura, o valor da estrutura foi colocado entre os 200 e os 300 mil euros. Ainda assim, a construção do palco para o Papa Francisco será diferente, uma vez que esta obra é realizada no âmbito da requalificação da totalidade do parque situado junto à foz do rio Trancão.

Em março de 2010, de acordo com uma notícia do Correio da Manhã dessa altura, a Igreja Católica portuguesa ainda andava à procura de mecenas que contribuíssem para pagar os 200 mil euros necessários para pagar a instalação do altar-palco em que Bento XVI celebrou perante centenas de milhares de pessoas no Terreiro do Paço. Mais recentemente, numa entrevista ao Observador, o bispo português D. Carlos Azevedo, que foi o coordenador da organização da visita de Bento XVI a Portugal em 2010, lembrou os esforços de angariação de fundos entre empresários amigos da Igreja para obter 300 mil euros para os custos associados àquele palco.

Este palco, em que Bento XVI celebrou a missa no Terreiro do Paço em 2010, custou perto de 300 mil euros

Lionel Balteiro / Global Imagens

Na altura, a Câmara de Lisboa não investiu financeiramente na viagem de Bento XVI à capital portuguesa, ao contrário do que vai acontecer este ano: a autarquia lisboeta, liderada por Carlos Moedas, já se comprometeu a gastar até 35 milhões de euros em vários custos associados à organização da JMJ 2023, incluindo na requalificação do Parque Tejo-Trancão, que depois do evento ficará ao dispor da população da cidade.

Na última sexta-feira, o Papa Francisco anunciou que já havia 400 mil jovens inscritos na JMJ 2023, que decorre entre os dias 1 e 6 de agosto em Lisboa.

A JMJ 2023 será inaugurada no dia 1 de agosto, com uma celebração de abertura presidida pelo cardeal-patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente. O Papa Francisco deverá chegar a Portugal no dia 3 de agosto, ficando no país durante quatro dias.

Nesses dias, o líder da Igreja Católica vai participar em várias celebrações públicas com os jovens, destacando-se a vigília final e a missa de encerramento, que vão decorrer no Parque Tejo, junto à Ponte Vasco da Gama, num espaço que está a ser totalmente requalificado para dar lugar a um grande jardim que ficará à disposição da cidade no final do encontro. É neste lugar que será instalado o altar-palco que vai custar 4,2 milhões de euros.

Jornada Mundial da Juventude. Dentro da máquina que está a preparar um dos maiores eventos de sempre em Portugal

Durante a semana da JMJ 2023, que será um dos maiores eventos alguma vez organizados em Portugal, vão realizar-se na cidade de Lisboa e em vários outros lugares da área metropolitana dezenas de eventos paralelos, incluindo concertos, conferências, exposições e celebrações religiosas.

Embora a organização da JMJ 2023 não se comprometa com números concretos, as edições anteriores apontam para a possibilidade de estarem presentes entre um e 1,5 milhões de jovens na primeira edição portuguesa da Jornada Mundial da Juventude.

Câmara de Lisboa justifica investimento: palco vai ter 5 mil metros quadros e, no futuro, receberá “os maiores eventos do mundo ao ar livre”

Já depois da publicação deste artigo, a câmara municipal de Lisboa enviou ao Observador um esclarecimento no qual justifica o custo do palco salientando que “a complexidade desta obra não é comparável a nada que tenha sido feito em Portugal”.

“O Palco do Parque Tejo, onde estará instalado o altar, vai ter capacidade para acolher num mesmo momento até 2.500 pessoas que farão parte dos eventos que vão acontecer a 5 e 6 de Agosto no Parque Tejo. Entre orquestra, coros, e concelebrantes, este palco multiusos vai ser elevado a 9 metros do chão, com uma cobertura metálica que permite que o altar seja visto o mais longe possível, já que são esperados cerca de um milhão e meio de participantes nos quase 100 hectares de terreno do Parque entre Lisboa e Loures. Além do encontro com o Papa, vários concertos e representações vão acontecer neste palco nessas 48 horas”, diz a autarquia.

“Não há comparação possível entre o altar onde o Papa Bento XVI celebrou uma missa em 2010 em Lisboa e o palco do Parque Tejo. Em primeiro lugar, a Jornada Mundial da Juventude é um evento de uma magnitude não comparável à de uma visita Papal. Para termos uma ideia da escala, o Parque da Bela Vista tem capacidade para acolher 90 mil pessoas, e o Parque Tejo vai receber mais de 1 milhão de jovens, o que significa que estamos a falar de 15 vezes a capacidade de um Rock in Rio, e este palco será visível de grande parte do terreno”, diz ainda o comunicado da câmara.

“Em segundo lugar, o altar onde Bento XVI celebrou uma Missa em 2010 foi usado durante poucas horas, apenas para a celebração da Missa e tinha pouco mais de 200 m2, enquanto que o palco do parque Tejo ocupará uma área de 5.000 m2”, acrescenta a nota.

O comunicado da autarquia cita ainda António Lamas, presidente do Conselho de Administração da SRU, que explica: “Em planta, o palco ocupará uma área de 5.000 m2 em várias plataformas e em várias alturas, que receberão até 2500 pessoas num mesmo momento. Mas o palco não será apenas para a Missa, vão acontecer vários concertos que se vão realizar nesse palco nas 48 horas entre 5 e 6 de Agosto, que marcam o final da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa.”

“Finalmente, e em relação aos custos de construção, a complexidade desta obra não é comparável a nada que tenha sido feito em Portugal”, diz a câmara, citando novamente António Lamas: “Os custos de construção atuais não podem ser comparáveis aos de 2010, quer pela dimensão, quer pelo custo unitário em 2023. As fundações da cobertura do palco têm de ser capazes de aguentar com os ventos fortes que se fazem sentir na zona e garantir a segurança da estrutura. Nunca foi organizado um evento com esta dimensão e complexidade em Portugal.”

Segundo a câmara de Lisboa, “a obra do palco ficará para a cidade e será de fruição dos Lisboetas após a JMJ. A cobertura do palco manter-se-á e será rebaixada para poder ser usada em múltiplos eventos que passem a ter por palco o Parque Tejo, que servirá para acolher os maiores eventos do mundo ao ar livre”.

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