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Com este Nuno, todos os Paulinhos são Santos (a crónica do Arouca-Sporting)

Este artigo tem mais de 1 ano

Porro pode estar de saída e Sporting virou o governo do seu futebol para o outro flanco com um primeiro-ministro Nuno Santos que legisla de pé esquerdo entre mais dois diplomas de um mal amado (1-2).

Paulinho bisou num jogo onde Nuno Santos fez uma das melhores exibições desde que está no Sporting a nível de passes para golo
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Paulinho bisou num jogo onde Nuno Santos fez uma das melhores exibições desde que está no Sporting a nível de passes para golo

Paulinho bisou num jogo onde Nuno Santos fez uma das melhores exibições desde que está no Sporting a nível de passes para golo

É a pior temporada desde que Rúben Amorim assumiu o comando do Sporting, é também a temporada em que mais vezes Rúben Amorim fala no futuro do Sporting. Sobre a preparação da próxima época, sobre a necessidade de resultados para continuar a ser tão ou mais desejado em Alvalade, até sobre a possibilidade de poder alterar o 3x4x3 que adotou desde que chegou em março de 2020 olhando para aquele 4x4x2 que as equipas da Primeira Liga vão utilizado cada vez mais. No entanto, é no presente que entroncam os principais problemas dos leões. Pelo atraso no Campeonato, pela falta de profundidade no plantel quando as provas europeias estão quase de regresso, pela a incapacidade que o atual mercado tem demonstrado para chegar aos alvos desejados. Era neste contexto que chegava a Final Four da Taça da Liga, uma oportunidade de ouro de ganhar um troféu num 2022/23 aquém das expetativas. Mas poderia isso trazer maior pressão?

Arouca-Sporting. Paulinho volta a ameaçar o golo (0-0, 13′)

“Isto não salva nada, não podemos ver assim. O nosso objetivo é lutar pelo Campeonato mas perdemos muitos pontos e estamos atrás. Tínhamos a Taça de Portugal, onde temos grande tradição e onde havia grandes ambições. Sabemos onde falhámos mas aqui podemos vencer. Não salva, nem deixa de salvar a temporada. Depende de nós ganhar, sem pensar em salvar a época. Estamos a meio da temporada, não sei o que irá acontecer”, destacara Rúben Amorim. “Melhor possibilidade de ganhar? É a que está mais perto porque dependemos de nós, embora ainda estejamos na Liga Europa mas aí há outros favoritos. A Taça da Liga decide-se numa semana e estamos mais perto. É um título e um clube grande vive de títulos. Há muitos jogadores aqui que ainda não conquistaram títulos, têm de viver essas sensações”, acrescentou.

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“Os jogadores têm muita vontade mas têm sempre pressão também. Estão mais pressionados no Campeonato, onde sentem que estão muito atrasados. Isso é a pressão maior e há jogadores que não sabem ainda o que é lutar por títulos. Alguns estão ansiosos mas a grande pressão num clube grande é quando está atrasado e sabe que não está num lugar de acordo com a grandeza do clube. Amanhã [Hoje] será diferente, estão motivados. É maior a vontade de ganhar do que a pressão”, garantira, recusando qualquer tipo de bloqueio por essa possibilidade de vitória: “Acho que não, temos jogado bem. Temos mostrado alguma ansiedade mas olhando para cada jogo, entrámos sempre bem mas por vezes não temos tido eficácia. Vamos estar desinibidos no encontro e vamos dar resposta diferente daquela que temos dado no Campeonato”.

A tradição estava do lado do Sporting. Pelo histórico na competição, pela forma como se qualificou para a Final Four da Taça da Liga, pelo percurso 100% vitorioso de Rúben Amorim na prova, pelo favoritismo teórico frente ao Arouca. Ainda assim, e olhando para a partida do Campeonato, nem tudo funciona como se fosse matemática: os leões tinham entrado melhor, tiveram algumas oportunidades não concretizadas, viram os arouquenses chegar à vantagem e não mais conseguiram recuperar, averbando outra derrota na prova. “Devemos ter muita atenção no que se passou em Arouca, vamos usar muito esse jogo para a nossa preparação. Já nos venceram, não têm responsabilidade de vitória e a equipa está bem orientada pelo mister [Armando] Evangelista mas queremos muito ir à final da Taça da Liga e vencer”, reforçou.

Essa vontade esteve sempre presente, com uma primeira parte das melhores que a equipa já fez esta época, uma reentrada que puxou o tal azar que os leões parecem perseguir de forma inconsciente e uma resposta que ainda foi a tempo de adiar qualquer decisão nas grandes penalidades. Paulinho, um mal amado que só mesmo pelos golos consegue mostrar a importância que, goste-se ou não, mais ou menos, tem nesta versão verde e branca de Rúben Amorim, foi decisivo com mais um bis na competição que carimbou a presença na quinta final nos últimos seis anos. No entanto, e numa fase em que Porro volta a estar perto de sair já de Alvalade, o governo do futebol leonino voltou a virar à esquerda com um primeiro-ministro chamado Nuno Santos que, goste-se ou não, mais ou menos, é o elemento mais regular e importante da equipa.

Ficha de jogo

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Arouca-Sporting, 1-2

Meia-final da Taça da Liga

Estádio Municipal de Leiria

Árbitro: Fábio Veríssimo (AF Leiria)

Arouca: Thiago; Tiago Esgaio, João Basso, Opoku, Weverson (Mateus Quaresma, 19′); David Simão, Busquets (Arsénio, 85′); Antony, Alan Ruíz, Sylla e Dabbagh (Benjamin Michel, 78′)

Suplentes não utilizados: João Valido, Galovic, Moses, Pedro Moreira, Soro e Bruno Marques

Treinador: Armando Evangelista

Sporting: Adán; St. Juste (Gonçalo Inácio, 64′), Coates, Matheus Reis; Ricardo Esgaio (Pedro Porro, 77′), Ugarte (Tanlongo, 85′), Morita (Arthur Gomes, 77′), Nuno Santos; Marcus Edwards (Chermiti, 85′), Pedro Gonçalves e Paulinho

Suplentes não utilizados: Franco Israel, José Marsà, Mateus Fernandes e Jovane Cabral

Treinador: Rúben Amorim

Golos: Paulinho (45+7′ e 82′) e Dabbagh (58′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Opoku (38′), Mateus Quaresma (44′), Thiago (61′), Sylla (62′), Pedro Porro (88′), Alan Ruíz (88′), Tanlongo (90+2′) e David Simão (90+4′)

Até foram os arouquenses a deixar a primeira imagem daquelas que no final do jogo se escolhem para fazer um resumo não vá haver poucas oportunidades, com um canto logo no minuto inicial e um remate de João Basso na área após insistência que Adán desviou para o lado antes de ser assinalado fora de jogo (2′), mas o Sporting não demorou a mostrar ao que vinha com 15 minutos iniciais onde esteve três vezes perto do 1-0 a mostrar a matriz de jogo que trazia a Leiria: circulação rápida, desequilíbrios criados pelos centrais a sair com bola, recuperação agressiva e rápida após a perda de bola. Paulinho, solicitado por Morita, teve um primeiro remate muito ao lado (4′), Pedro Gonçalves atirou mais perto da trave após cruzamento de Matheus Reis (9′) e de novo Paulinho, na sequência de uma jogada genial de Marcus Edwards à entrada da área antes do passe para a pequena área de Nuno Santos, ainda desviou ao segundo poste sem sucesso (11′).

[Clique nas imagens para ver os melhores momentos do Arouca-Sporting em vídeo]

Ao contrário do que aconteceu por exemplo a partir da primeira meia hora do jogo no Campeonato, todos os espaços de possível saída do Arouca estavam fechados perante as boas zonas de pressão feitas pelos leões, o que transformava o encontro num duelo de sentido único onde os centrais verde e brancos subiam quase com movimentos de laterais ou alas perante a defesa demasiado recuada do adversário. Nuno Santos aproveitou isso mesmo para obrigar Thiago a um desvio apertado para canto, num lance em que recebeu um pouco mais por dentro, viu Matheus Reis dar a largura pela esquerda levando consigo um defesa e arriscou o remate com mais espaço (25′). Em cima da meia hora, Morita conseguiu também aparecer numa segunda bola no corredor central, rematou forte, a bola bateu no braço de um defesa mas o VAR mandou seguir.

Evangelista percebia como o recuo excessivo da equipa tirava o Arouca do jogo que queria fazer, pedindo aos dois alas Antony e Sylla para subirem no terreno e pelo menos travarem os avanços dos centrais leoninos que até sem bola criavam desequilíbrios. E aos poucos isso foi mesmo acontecendo. No entanto, sobrava também mais espaço para os alas verde e brancos, sobretudo para o endiabrado Nuno Santos que obrigou Thiago à defesa mais apertada para canto na sequência de um livre direto descaído sobre a direita (41′). Depois, nos descontos, os minutos de loucos que “viraram” o jogo: Antony teve um gesto fantástico num chapéu certeiro a Adán que parecia inicialmente ser um cruzamento, o VAR avisou Fábio Veríssimo para o início do lance, o árbitro considerou mão de João Basso, anulou o golo e, na sequência dessa falta, foi Paulinho que inaugurou o marcador numa jogada que começou num cruzamento longo de Nuno Santos para o segundo poste com assistência de Pedro Gonçalves para zona de finalização na área (45+7′).

O Sporting dominava a todos os níveis. No remates, 16-1. Nos cantos, 7-1. Na posse de bola, 71%-29%. Nas ações na área contrária, 24-2. Nas ações defensivas no meio-campo adversário, 15-2. No entanto, só num verdadeiro golpe de teatro chegou à vantagem que deixou os arouquenses visivelmente desagradados com a decisão de arbitragem. E, caso não tivesse havido a tal irregularidade detetada a João Basso, a sofrer na única saída do adversário ao longo da primeira parte. Mais: o Arouca reapareceu com outra vontade de dividir o encontro, atacando também em jogo posicional e subindo linhas para condicionar a construção do conjunto verde e branco. Tanto que por pouco não empatou: já depois de um golo anulado a Matheus Reis por fora de jogo (53′), o brasileiro teve um atraso comprometedor e Adán conseguiu salvar por pouco a antecipação de Dabbagh, com a bola a sair pela linha de fundo sem possibilidade de remate (55′).

Não foi aí, foi pouco depois: grande trabalho de Alan Ruíz na esquerda, de fora para dentro até cruzar de trivela, e antecipação de Dabbagh à saída de Adán na área a fazer o empate (58′). Voltava tudo à “estaca zero” num encontro que no final dos 90′ seguia logo para grandes penalidades, com o Sporting a ter de esticar-se mais em campo e o Arouca a procurar aproveitar os espaços que sobravam com esse avanço. Thiago, mais uma vez, impediu nova vantagem leonina após desvio de Ricardo Esgaio de pé esquerdo na área (67′), Opoku quase surpreendeu no lado contrário obrigando Adán a defesa apertada para canto (75′), Porro entrou para fazer passar a bola a rasar o poste num remate de pé esquerdo (79′). Oportunidades não faltavam mas seria Paulinho, o suspeito do costume, a decidir a partida após nova assistência do inevitável Nuno Santos (82′). David Simão ainda iria assustar mas não mais o resultado voltaria a mudar em Leiria.

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