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Um tribunal ucraniano condenou uma mulher a cinco anos de prisão por ter colaborado na organização dos referendos russos de anexação em Beryslav, na região de Kherson. A justiça também determinou que durante dez anos ficará impedida de exercer cargos públicos ou envolver-se em atividades ligadas ao processo eleitoral.

A mulher, residente da localidade de Novooleksandrivka, foi detida pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) em outubro do ano passado, após a saída das tropas russas de Beryslav. Segundo os investigadores, apoiou os invasores no início da invasão em larga escala e durante a ocupação da cidade juntou-se “voluntariamente” à administração local imposta pelos autoridades russas.

Porque é que os referendos pró-russos na Ucrânia são “falsos”

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Quando a administração russa começou a preparar os referendos de anexação, a mulher terá agido como “cúmplice”. “A colaboradora compilou registos de votos para o distrito, apelando à população que se dirigissem às mesas de voto e marcassem um ‘sim’ a favor do estado agressor“, pode ler-se num comunicado do SBU. As autoridades ucranianas referem ainda que a mulher se terá dirigido a residências privadas para exigir que os residentes votassem a favor da Rússia.

Em setembro do ano passado a Rússia realizou referendos em quatro regiões ucranianas – Kherson, Zaporíjia, Lugansk e Donetsk – e no mesmo mês anunciou a anexação dos territórios. O processo de votações foi marcado por relatos de irregularidades, com urnas por selar, a ausência de listas de eleitores e sem controlo sobre quantas vezes os residentes participaram no ato eleitoral.

A comunidade internacional não reconheceu os resultados dos referendos realizados sob ocupação russa e opôs-se à anexação das quatro regiões. Nesse sentido, a Assembleia Geral das Nações Unidas votou e aprovou, com uma esmagadora maioria de 143 votos, uma resolução a condenar as anexações, reforçando o isolamento de Moscovo no panorama internacional.