Diogo Pacheco Amorim, ideólogo e membro da direção do Chega, deixa um aviso claro: “Não vamos cometer o erro que cometemos nos Açores. Ou estamos no Conselho de Ministros ou não estamos”, garante. Por outras palavras: o partido liderado por André Ventura nunca aceitará apoiar qualquer solução política que não passe pela atribuição de pastas ministeriais ao Chega.

Em entrevista ao Observador, durante a partir da 5ª Convenção Nacional do Chega, Pacheco Amorim recordou que “Chega e PSD têm maioria absoluta”. Em contrapartida, “PSD e IL juntos terão um bocadinho mais do que esquerda, mas nunca maioria absoluta”. Confrontado com a hipótese de ver os dois partidos formarem governo sem Chega, Pacheco Amorim despachou.

“Rui Rocha é uma pessoa estimável, mas parece-me de uma leviandade, de uma ingenuidade mesmo, arrogância. Ainda não foram convidados, o PSD ainda não teve maioria. A IL tem de bater a bola baixo. Sendo nós o segundo partido e a IL o terceiro, quem viabilizará a continuidade do PS é IL e não o Chega. O Chega não admite ser posto de lado”, insistiu.

Para Pacheco Amorim, Luís Montenegro está “com menos garra” do que o que se esperava na oposição. “A sensação que temos é que há qualquer coisa que falhou. Havia uma grande esperança numa oposição mais dura e eficaz com Montenegro e houve uma quebra, um anti-clímax. Abre-se para nós uma janela de oportunidade”, defendeu.

“A nossa ambição é ultrapassar o PSD e tentaremos tudo por tudo”, reiterou, frisando que, no dia seguinte às eleições, o Chega estará “disposto a negociar com o PSD” e admitindo, a médio prazo, “é pouco previsível que Chega ultrapasse o PSD”.

Diogo Pacheco Amorim, ideólogo e membro da direção do Chega, assegurou, mesmo assim, que “o maior adversário do Chega é seguramente o PS”. “Entendemos o PSD como um potencial companheiro à direita, sendo que há luta política; é óbvio que o PSD gostaria de ter todos os nossos votos e nós os do PSD, é uma luta leal”, rematou.

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