A gigante mineira anglo-australiana Rio Tinto pediu esta segunda-feira desculpas depois de ter perdido uma cápsula minúscula, mas com níveis de radiação perigosos para a saúde humana, a 10 de janeiro, no oeste da Austrália.
A cápsula prateada, de oito por seis milímetros, usada em operações de mineração, contém uma substância radioativa chamada Césio-137, de acordo com o Departamento de Saúde do estado da Austrália Ocidental.
Os serviços de emergência disseram que a cápsula desapareceu enquanto era transportada de camião, numa distância de cerca de 1.400 quilómetros, de uma mina perto da remota cidade de Newman para os subúrbios a norte de Perth, uma cidade com 2,1 milhões de habitantes.
“Reconhecemos que esta situação é claramente muito preocupante e lamentamos a preocupação que tem causado na comunidade da Austrália Ocidental”, disse o presidente executivo da Rio Tinto Iron Ore.
“Iniciámos a nossa própria investigação para entender como a cápsula pode ter sido perdida”, acrescentou, em comunicado, Simon Trott.
A cápsula radioativa, que faz parte de equipamento usado na indústria de mineração para medir a densidade do minério de ferro, foi transportada por uma empresa certificada pela Rio Tinto, disse Trott.
As autoridades de saúde, que anunciaram o incidente na sexta-feira, avisaram a população para evitar tocar ou mesmo permanecer a uma distância inferior a cinco metros da cápsula.
A Césio-137 emite quantidades perigosas de radiação, o equivalente a receber dez raio X em uma hora. A cápsula pode originar queimaduras na pele e exposição prolongada pode causar cancro.
Na semana passada, um porta-voz dos bombeiros disse que as buscas pela cápsula começaram nas áreas povoadas no trajeto do camião, mas admitiram que pode levar semanas.
O camião chegou a um depósito de Perth em 16 de janeiro, mas as autoridades só foram alertadas para o incidente na quarta-feira, após a empresa responsável pelo transporte ter dado pelo desaparecimento.
A polícia determinou que o desaparecimento terá sido um acidente e não um caso criminal.