O número de casas à venda no quarto trimestre de 2022, em Portugal, foi o baixo dos últimos 16 anos, indica a consultora Confidencial Imobiliário, com base na avaliação de dados do Sistema de Informação Residencial (SIR), noticia na manhã desta segunda-feira, 31 de janeiro, o Jornal de Negócios.

No quarto trimestre de 2022 existiam por volta de 47.300 casas disponíveis no mercado, o valor “mais baixo desde meados de 2007”, o que vem consolidar “dois anos de sucessivas reduções na carteira de habitações para venda.”

O número reforça, então, a tendência que já se vinha a verificar nos últimos anos: as 47.300 habitações os últimos meses do ano passado fixaram-se 17% abaixo em relação ao mesmo período de 2021, altura em que havia quase 57 mil habitações à venda; e ainda 25% abaixo do valor registado no final de 2020, com 63 mil casas, aponta o mesmo jornal.

Preços das casas subiram quase 19% em 2022, a subida mais forte em 30 anos, segundo o Confidencial Imobiliário

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Capital e Porto são as duas cidades em que se concentra o maior número de habitações disponíveis. 45% do total de 47.300 casas estão em Lisboa, ainda que este valor seja também o mais baixo dos últimos anos.  De acordo com a consultora, citada pelo Jornal de Negócios, “as empresas participantes do SIR reportavam um total de 20.700 fogos em oferta na região de Lisboa, também um mínimo de 15 anos e em contraste com um ‘stock’ trimestral na ordem dos 29 mil registados dois anos antes”

No Porto, onde o comportamento é, de trimestre para trimestre, é mais oscilante, a oferta nos últimos meses de 2022 era de 7 mil habitações, ou seja, cerca de 15% do mercado.

A subida dos preços das casas pode, assim, ser também explicada pela diminuição de número de habitações à venda. Como já tinha noticiado o Observador, os preços das casas em Portugal subiram 18,7% no ano passado, a maior variação dos últimos 30 anos, segundo os dados da mesma consultora. Os mesmos dados apontavam, porém, para uma desaceleração na segunda metade do ano, altura em que começaram a subir de forma mais acentuada as taxas de juro.