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Morreu Paco Rabanne. Criador de moda espanhol tinha 88 anos

Este artigo tem mais de 1 ano

Criador espanhol radicado em França tinha 88 anos. As suas criações na década de 1960 revolucionaram o mundo da moda e, aliadas à sua personalidade excêntrica, tornaram-no uma celebridade.

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Em atualização

Morreu Paco Rabanne. O famoso designer de moda espanhol radicado em França tinha 88 anos. A notícia da morte foi avançada pelo Le Télégramme, que adianta que Rabanne morreu esta sexta-feira na sua casa, na região francesa da Bretanha.

Nascido Francisco Rabaneda Cuervo no País Basco, em 1934, foi com o pseudónimo Paco Rabanne que ficou para a história. A mãe de Rabanne foi costureira-chefe do atelier de Cristóbal Balenciaga, outro espanhol que fez sucesso além fronteiras e se tornou um dos mestres da Alta Costura em Paris. O jovem Paco viria a tornar-se seu aprendiz. O pai, um general republicano, foi assassinado em 1936, motivando a fuga da família para França pouco depois.

“Era uma pessoa muito popular na comunidade. Tinha a simplicidade dos homens que sabem de onde veem”, afirmou Marguerite Lamour, presidente do munícipio de Ploudalmézeau. Lamour recordou ainda um encontro com o designer após este se ter estabelecido na região, em 2003, lembrando-o como alguém que “gostava de falar sobre a sua juventude”.

Mundo da moda reage à morte de Paco Rabanne

Com o passar das horas, o mundo da moda vai reagindo à notícia da morte do criador de moda. A Casa Paco Rabanne foi das primeiras a prestar a sua homenagem, descrevendo o seu fundador como “um das figuras mais fundamentais da moda do século XX”, com “um legado que permanecerá uma fonte constante de inspiração”:

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Também no Twitter, o Museu Victoria and Albert de Londres lembrou a maneira como o designer de moda “radicalizou a Alta Costura na década de 1960 através do seu uso irreverente de materiais”:

O conceituado museu de moda Palais Galliera, em Paris, descreveu Paco Rabanne como “um iconoclasta irredutível, fiel aos princípios que nortearam seu trabalho revolucionário”:

A jornalista de crítica de moda Suzy Menkes também recorreu ao Instagram para prestar a sua homenagem ao criador:

enfant terrible que revolucionou a moda da Space Age

Conhecido como um enfant terrible da moda na década 1960, a originalidade foi para si um princípio norteador. “Nem todos podem ser estrelas. Têm de ser inteligentes (…)  . O mais importante é serem vocês próprios, diferenciarem-se dos outros. Nunca sejam uma cópia”, afirmou Rabanne em 2010, numa palestra com alunos de uma escola secundária em na cidade francesa de Brest.

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Paco Rabanne durante a produção do filme de James Bond “Casino Royale” (1967).

Marcar pela diferença foi, de resto, o que fez desde o início. Depois de começado no mundo da moda a desenhar jóias para marcas como Givenchy, Dior, e Balenciaga, onde a mãe trabalhara. A marca de moda em nome próprio nasceu em 1966, em plena Space Age, uma fase que a moda viveu na década de 1960 e que ficou assim conhecida pela influência que a ida ao espaço teve nos criativos da indústria.

A sua coleção de estreia anunciou ao que vinha: “12 Unwearable Dresses in Contemporary Materials” (“12 vestidos inutilizáveis em materiais contemporâneos”) causou furor em França e rapidamente fez dele um dos grandes nomes da moda da década de 1960. A sua notoriedade cresceu graças às criações pouco convencionais, onde fazia uso de materiais como papel, plástico e metal. Celebridades como Audrey Hepburn, Brigitte Bardot e Françoise Hardy adoravam-no; no cinema, chegou mesmo a vestir Jane Fonda no clássico de culto “Barbarella” (1968).

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Jane Fonda vestida por Paco Rabanne durante a produção do filme “Barbarella” (1968).

Os tecidos e aviamentos foram substituídos por plásticos e metal, mas as novidades, para a época, não ficaram por aqui. Também havia modelos negras e música. Nunca antes tinham sido usados na Alta Costura. Gabrielle Chanel chamou-lhe “o metalúrgico da moda”.

O conservador mundo da moda não teve outra alternativa senão a de reconhecer o seu talento e, em 1971, acabou por ser admitido na prestigiada Chambre Syndicale de la Couture.

Além das suas criações, ficou ainda célebre a sua personalidade excêntrica. As declarações insólitas são várias: desde ter assassinado Tutankhamon, a ter sido visitado por extraterrestres , passando por dizer que tinha  78,000 anos, o seu lado mais esotérico fizeram dele uma personagem polémica mas sempre cativante.

Paco Rabanne juntou-se ao grupo gigante espanhol da perfumaria Puig para criar fragrâncias à imagem da marca. Em 1969, lançou o primeiro perfume feminino, Calandre, e em 1973 foi a vez de um perfume masculino, Paco Rabanne Pour Homme. O designer viria a vender a sua marca à família Puig no final da década de 1980. Hoje, talvez os perfumes sejam as criações mais conhecidas do público, ao invés dos vestidos em malha metálica, uma vez que alguns se revelaram verdadeiros sucessos comerciais com chamativas campanhas. Tudo começou com os perfumes XS e depois seguiram-se 1 Million, Lady Million, Invictus e Olympéa.

Em 1999 Paco Rabanne anunciou que se ia retirar da Alta Costura e durante alguns anos a marca dedicou-se apenas aos perfumes. Contudo, em 2011 a marca reacendeu as luzes dos ateliers e recomeçou a criar moda sob o nome Paco Rabanne, mas com a orientação criativa do designer indiano Manish Arora, que se tornou diretor criativo da marca durante apenas um ano. Seguiu-se Lydia Maurer, mas também por pouco tempo. Em 2013, Julien Dossena tomou as rédeas da criação de moda da casa e assim se mantém desde então.

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