A eurodeputada Lídia Pereira garante que “o povo se ucraniano mantém numa trajetória de adesão” à União Europeia, mas salvaguarda: presença da presidente da Comissão Europeia no país não deve ser confundida com acelerar dos prazos para que Ucrânia se junte ao projeto europeu. A social-democrata, que se deslocou àquele país, relata um cenário de destruição e de “testemunhos tocantes”.

Em declarações ao Observador, a eurodeputada, que é também presidente da juventude do Partido Popular Europeu (YEPP), descreve o que viu quando chegou à Ucrânia. Depois de uma viagem de 15h de comboio, Lídia Pereira chegou à capital, onde “parece que se tenta encontrar uma certa normalidade mantendo rotinas de trabalho”.

No entanto, a pouco mais de 30 quilómetros, em Moschun, perto de Bucha, “os testemunhos são bastantes duros”, sobretudo de “pessoas que ficaram sem nada e que hoje vivem em contentores”. “A presença no terreno permite valorizar o sofrimento pelo qual estas pessoas estão a passar”, acrescenta.

Numa visita que diz ser “pessoal e politicamente muito importante”, Lídia Pereira diz também que “só na Ucrânia é que se consegue valorizar aquilo que é a realidade do dia-a-dia e as aspirações do país” e que esta presença em Kiev e em cidades perto da capital permitiram “perceber a complexidade” do conflito que está prestes a cumprir um ano.

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Numa visita que tem como principais temas a juventude e a educação a eurodeputada, que é também , reconhece a demora e as dificuldades num processo de adesão à União Europeia mas salienta que “nesta fase todos os sinais políticos são importantes” e que o país “tem conseguido obter reformas muito relevantes”.

Dias depois da visita de Ursula Von der Leyen à Ucrânia, Lídia Pereira assume que “a presença da presidente da Comissão Europeia e da presidente do Parlamento Europeu dá um certo respaldo ao esforço ucraniano” e que o país está “numa trajetória de adesão, que pode demorar mais ou menos tempo”. O importante agora, salvaguarda Lídia Pereira, deve ser “dar todo o apoio possível no combate à guerra”.

A eurodeputada social democrata esteve reunida com o ministro da Juventude e do Desporto ucraniano e também com o ministro da Educação daquele país, que deixaram “preocupações sobre os programas europeus de apoio aos jovens”, sobretudo a “necessidade dos estudantes cuja aprendizagem está em permanente adaptação consoante as circunstâncias militares”.

Questionada sobre que respostas é que a União Europeia pode dar no imediato, Lídia Pereira aponta “coisas práticas como os equipamentos para que os estudantes possam continuar a ter aulas à distância” ou “os autocarros, porque muitos foram requisitados e outros bombardeados” e ainda o “aumento do financiamento do acesso ao Ensino Superior para evitar a fuga de talento do país”. Para isso, a eurodeputada promete “alertar a União Europeia, apresentando um conjunto de iniciativas parlamentares”.