(Em atualização)

À medida que o tempo passa torna-se cada vez mais improvável encontrar sobreviventes por entre os escombros, numa altura em que são já quase 28 mil os mortos confirmados do sismo que na passada segunda-feira abalou a Turquia e a Síria. E, de acordo com Martin Griffiths, sub-secretário-geral para assuntos humanitários da ONU, o número de vítimas mortais poderá duplicar.

Equipas encontraram família de cinco pessoas

As operações de resgate ainda continuam e as equipas continuam a conseguir encontrar pessoas vivas no meio dos escombros. Este sábado, uma família de cinco pessoas foi encontrada, avançou a Associated Press.

Na província de Gaziantep, na Turquia, as equipas de socorro conseguiram retirar dos escombros uma mulher e a sua filha e, mais tarde, foram encontrados o pai e dois filhos.

“Deus é grande”, gritaram os elementos da equipa que resgatou esta família, assim que as cinco pessoas conseguiram ser retiradas dos escombros. O pai foi encontrado antes dos dois filhos, mas pediu às equipas de resgate que encontrassem primeiro as crianças, insistindo que estavam vivas e foi, por isso, o último elemento da família a ser retirado.

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Um recém-nascido foi encontrado este sábado

A sul da Turquia, aconteceu mais um resgate pouco provável: um bebé de apenas dois meses foi encontrado em Hatay, depois de cerca de 128 horas debaixo daquilo que restou de um edifício que cedeu durante o sismo.

Segundo a agência turca Anadolu, o bebé foi resgatado e recebeu de imediato assistência médica. Sobre os pais, não existe ainda qualquer informação.

Os relatos de resgates continuam a surgir e, este sábado, registaram-se mais resgates de crianças que conseguiram sobreviver. De acordo com a agência turca Anadolu, duas crianças, de 7 e 8 anos, foram resgatadas 152 após o sismo. Já a CNN, relata o caso de uma criança de 10 anos, que foi resgatada 147 horas depois de ficar entre os escombros de um edifício em Hatay.

Hasan foi resgatado dos escombros, 117 horas depois do sismo

E mais de cinco dias após a tragédia, os socorristas turcos continuavam a ter esperança. E a última delas tem nome de homem e nacionalidade síria: Hasan, de 34 anos, foi resgatado no sudeste do país, em Kahramanmaraş, 117 horas após o terramoto.

Foi uma equipa de bombeiros de Bursa, na região de Istambul, que encontrou o sobrevivente, por entre escombros e entulho no bairro de Hayrullah, avançou a agência Anadolu, já às primeiras horas de sábado, 11 de fevereiro, na Turquia.

Em Hatay, a cerca de 150 quilómetros a sul, Hülya Bayrak tinha sido retirada dos escombros uma hora antes, após 116 horas de desespero. Logo a seguir, a associação de busca e resgate AKUT, que está na região com 773 voluntários, conseguiu retirar o gato da família do meio do entulho — “Hooligan” é como se chama o animal, que seguiu com a dona, já a soro, para dentro da ambulância.

Há mais: pelo menos três jovens, duas crianças e um bebé foram resgatados esta sexta-feira na Turquia após terem passado pelo menos uma centena de horas debaixo de escombros. E várias outras pessoas foram salvas pelas equipas de salvamento e resgate, que continuam os trabalhos cinco dias depois dos sismos.

Yusuf, um bebé de um ano e meio, foi resgatado esta sexta-feira em Kahramanmaraş, no sudeste da Turquia, 105 horas depois do terramoto da passada segunda-feira, está a avançar a agência Anadolu. Vinte minutos depois de o bebé ser retirado dos escombros de uma casa de três andares, os socorristas encontraram o irmão mais velho, Muhammed Hüseyin, de 7 anos.

Assim que foi salvo, o rapaz queixou-se de fome e sede, queria carne assada e coca-cola. Enquanto entrava na ambulância, conta a Anadolu, um dos bombeiros que o resgatou prometeu: “Encontra-me e eu compro-te carne assada e coca-cola!”.

Duas horas antes, em Adıyaman, cidade a cerca de 160 quilómetros, Zeynep Asel, uma menina de apenas 5 anos, tinha sido também resgatada com vida, para alívio dos familiares, relatou o Hurryiet.

Adnan Muhammed Korku, de 17 anos, foi resgatado na cidade de Gaziantep, 94 horas após os sismos que fizeram mais de 21 mil vítimas na Turquia e Síria. O adolescente contou que, para sobreviver, foi obrigado a beber a própria urina. “Graças a Deus que chegaram”, afirmou o adolescente ao ver a mãe e outros familiares e amigos, de acordo com a Associated Press.

Em Kahramanmaras, onde o epicentro dos sismos foi localizado, as autoridades salvaram duas irmãs de 13 e 15 anos. Ayfer, de 15 anos, foi retirada debaixo dos escombros 99 horas depois. A irmã, Fatma, foi resgatada após 101 horas, informou a agência de notícias turca. Na mesma localidade, um homem de 33 anos foi retirado debaixo de um prédio de sete andares depois de uma operação de 12 horas.

A Anadolu deu ainda notícia do salvamento de um engenheiro de 30 anos em Hatay, onde um bebé e duas crianças, de sete e dez anos, foram resgatadas na quinta-feira. Hikmet Yigitbas passou 101 horas debaixo dos escombros de um edifício.

Mustafa Aydin, o elemento da equipa de salvamento que acompanhou o resgate, prometeu ao homem de 30 anos que o abraçaria assim que saísse debaixo dos escombros. Segundo conta a agência de notícias Anadolu, Aydin cumpriu a promessa, e os dois homens deram um forte abraço antes de Yigitbas ser transportado por uma ambulância para o hospital para ser assistido.

Dois homens de 60 anos e uma mulher de 40 anos resgatados após mais de 100 horas

Um homem de 60 anos foi tirado dos escombros de um prédio no sul da Turquia, 104 horas após os sismos. Eyup Ak foi resgatado na província de Adiyaman e transportado numa maca para receber tratamento médico, descreveu a agência de notícias Anadolu.

Murat Vural, de 66 anos, foi salvo pelas equipas de salvamento e regaste após passar 103 horas debaixo os escombros de um edifício na província de Gaziantep. A operação de resgate de Vural demorou dez horas e contou com a colaboração das forças policiais, refere a Anadolu.

Na cidade de Kirikhan, uma mulher de 40 anos foi salva durante uma operação de resgate conduzida por uma equipa alemã. “Agora acredito em milagres”, declarou Steven Bayer, o líder da equipa, de acordo com a Reuters. “É um grande alívio que esta mulher esteja em tão boa forma tendo em conta as condições. É um verdadeiro milagre”, acrescentou.

A mulher viria a morrer no sábado, um dia depois de ter sido resgatada dos escombros, segundo o Guardian. “Acabámos de saber através do irmão e da irmã que Zeynep, infelizmente, morreu no hospital”, afirmou Bayer citado pelo jornal britânico e acrescentou que restantes agentes do resgate foram informada e “estão a processar isto na equipa”. O médico Peter Kaub alertou para a importância das primeiras 48 horas após o resgate e valorizou o trabalho da equipa de resgate, mesmo com esta fim, lembrando: “Poder morrer nos braços de um familiar e poder viver os últimos momentos antes disso, todos os segundos contam. Depois de 10 horas, depois de termo começado, ela teve contacto humano e conseguia falar para o tradutor e para nós, depois até para a família. E no fim, a família pôde segurá-la nos braços”.

Artigo atualizado às 11h50 do dia 12 de fevereiro.