O padre Arsénio Isidoro e a gestora Ana G. são suspeitos de desviarem 800 mil euros de várias instituições particulares de solidariedade social (IPSS) para financiarem despesas de luxo. O Jornal de Notícias (JN) avança que os dois arguidos, que alegadamente mantinham uma relação segundo Ministério Público, vão ser julgados em breve no Tribunal de Loures por abuso de confiança e branqueamento de capitais.

Segundo a acusação do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) Regional de Lisboa, o padre assumiu a presidência de várias IPSS, como a Casa do Gaiato de Loures, a Associação Protetora Florinhas da Rua, o Centro Comunitário e a Fábrica da Igreja da Paróquia de Ramada, a Associação Liga à Vida e o Instituto de Beneficência Maria da Conceição Ferrão Pimentel (Sãozinha).

O padre terá colocado Ana G. como tesoureira ou administrativa ligada às contas nestas instituições. O Ministério Público (MP) diz que, entre 2007 e março de 2016, os dois arguidos terão aproveitado os cargos e acesso às contas bancárias para chegarem ao dinheiro das IPSS. “O plano passava por se apropriarem das quantias a que tivessem acesso, por vias das funções que exerciam nas instituições, para satisfazerem necessidades da vida pessoal, mormente restauração, vestuário, viagens, viaturas ou outras que entretanto surgissem”, garante o MP, citado pelo JN.

Desta lista consta a compra de um Porsche Panamera, avaliado em 167 mil euros, ou a aquisição de uma vivenda, em Peniche. A construção, avaliada em 210 mil euros, não terá sido concluída por falta de pagamento ao empreiteiro.

Ao JN, o padre, atualmente sem atividade pastoral ou ligação a qualquer IPSS, negou os factos na acusação e disse não ter sido informado sobre a data de início do julgamento.

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