Se as eleições legislativas fossem hoje, António Costa não só não obteria uma maioria absoluta, como poderia até perder para Luís Montenegro. É essa a principal conclusão da sondagem da Universidade Católica para a RTP, Antena 1 e Público, divulgada esta quarta-feira, que apresenta um cenário de empate técnico entre PS e PSD, com 32% para os socialistas e 31% para os sociais-democratas (estando a diferença dentro da margem de erro, de 3,1%).
Um resultado que, a comparar com os dados da última sondagem do Cesop/Católica publicada no verão, revela mais uma queda do PS do que uma subida acentuada do PSD: à altura, o PS obtinha 38% das intenções de voto e o PSD não ia além dos 30%. Os 31% registados agora por Montenegro são, contudo, acima dos 28% obtidos por Rui Rio nas últimas legislativas.
Outro dado relevante da sondagem da Católica, que foi feita entre os dias 9 e 17 de fevereiro, é que, pela primeira vez desde as eleições, os partidos à direita podem vir a estar em maioria no Parlamento. Isto porque tanto o Chega como a Iniciativa Liberal sobem face ao que obtiveram na última vez nas urnas, tendo agora respetivamente 11% e 8% na sondagem. Os 1% a que o CDS-PP está agora reduzido são a peça que falta para chegar à maioria de 51% dos votos — mas, na prática, tal só se refletiria numa maioria parlamentar governativa se o partido liderado por Nuno Melo conseguisse eleger algum deputado.
À esquerda, a sondagem revela uma subida de todos os restantes partidos, com a exceção da CDU, que desce dos 5% para os 4% face ao verão. O Bloco de Esquerda chega agora aos 7%, enquanto o PAN e o Livre têm 2% cada um. Todos juntos, os partidos mais à esquerda equivalem a 47% dos votos.