A Hungria vai enviar uma delegação à Suécia e à Finlândia para solucionar “disputas políticas” que suscitaram dúvidas em diversos deputados húngaros sobre o apoio à formalização da adesão à NATO dos dois países, indicou esta quinta-feira um parlamentar húngaro.

Mate Kocsis, chefe parlamentar do partido nacionalista Fidesz, no poder, disse durante uma conferência de imprensa que emergiu um “sério debate” no grupo sobre a adesão à NATO da Suécia e da Finlândia, indicou a agência noticiosa estatal MTI.

Diversos deputados consideram que “políticos destes países insultaram a Hungria nos últimos anos de forma cruel, infundada e vulgar, e agora pedem um favor”, segundo referiu o representante.

A delegação parlamentar vai viajar para a Suécia e a Finlândia para clarificar as suas posições, disse ainda Kocsis, antes de assegurar que a deslocação “não deve adiar o debate no parlamento de Budapeste”.

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O parlamento húngaro deverá iniciar na próxima semana o debate sobre a ratificação da adesão da Finlândia e da Suécia à NATO.

A candidatura dos dois países nórdicos, que tem de ser aprovada por unanimidade pelos atuais 30 Estados-membros da NATO, foi ratificada por todos os países à exceção da Turquia e Hungria.

Os deputados húngaros vão debater o tema entre 6 e 9 de março antes de um voto separado para cada um dos dois países, indicou o parlamento na sua página na Internet.

Este debate foi adiado por diversas vezes devido a um “congestionamento” legislativo, com a oposição a acusar o Governo de Viktor Orbán de atrasar o processo.

A Suécia e a Finlândia prescindiram da sua tradicional política de não-alinhamento militar e pediram a adesão à Aliança Atlântica na sequência da invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022.

O primeiro-ministro nacionalista húngaro tem evitado criticar o Presidente russo, Vladimir Putin, e recusa enviar armas a Kiev, apelando a um cessar-fogo imediato e a conversações de paz.

Perante as críticas, Budapeste já anunciou por diversas vezes que “não tem objeções” às candidaturas da Finlândia e da Suécia à Aliança Atlântica.

“Temos uma posição clara”, declarou no final de janeiro o ministro dos Negócios Estrangeiros, Peter Szijjarto.

“Apoiamos a expansão da NATO, e quando o parlamento se reunir de novo em fevereiro, a questão estará na agenda e vamos resolvê-la rapidamente”, indicou na ocasião.