“Não tenho nada a acrescentar. Eu já disse que esta é a casa dele. Não posso dizer mais nada. Ele é um amigo e estamos em contacto permanente. Isso dependerá muito dele. O que ele quer fazer no futuro e o que se encaixa no clube. O melhor do mundo e da história sempre se encaixa”. De quem falava o treinador do Barcelona, Xavi Hernández? De Messi e do possível regresso do argentino ao clube blaugrana. Talvez evocar Dios significasse esperar um milagre e bem que a ajuda divina tinha ajudado os catalães.

O “gajo português”, termo com que se referiu, por esquecimento, a Bruno Fernandes o técnico do clube catalão, teve algumas culpas no cartório na eliminação que o Manchester United impôs ao Barcelona na Liga Europa. O desempenho do português até nem começou nada bem. Bruno Fernandes cometeu uma grande penalidade por agarrar Koundé. Robert Lewandowski (18′) encarregou-se da marcação, caminhou para a bola, deu um pequeno salto e aí, enquanto no pairava no ar, decidiu onde colocar a bola. De Gea advinhou o lado, mas a palmada que deu no esférico não o impediu de entrar.

Um Manchester United-Barcelona “sabia” sempre a uma espécie de final de Budapeste, só que, devido ao facto de se disputar no playoff de acesso aos oitavos de final da Liga Europa, o bónus vinha em forma de dois jogos. Tal como numa grande partida decisiva, e mesmo que já estivesse disputado um encontro, tudo começou em igualdade de circunstâncias, uma vez que, na primeira mão, red devils e blaugranas empataram a um.

Por isso, em Old Trafford, começava por baixo o United que posicionou novamente Bruno Fernandes junto do corredor, apostando na dupla de ataque Weghorst/Rashford. Era uma tentativa daquilo que o técnico do clube de Manchester, Erik ten Hag, dizia ser a necessidade da equipa realizar a “melhor exibição da época”. “Quando defrontas equipas da grandeza do Barcelona, tens jogar ao melhor nível ou não tens hipótese”, disse ainda o neerlandês. Nada de novo, uma vez que Bruno Fernandes tinha deixado o alerta quantos aos parâmetros do treinador. “Quando chegou, aos treinos deu para ver que ele é exigente. Ou fazes o que ele quer ou estás fora e não jogas. Mesmo que sejas um grande jogador. Se não fizer o que ele quer, coloca-o de lado. Fez isso várias vezes, com o Cristiano Ronaldo, com o Jadon Sancho, com o Marcus Rashford também…”, comentou o médio à BT Sports.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Lesão de Pedri, azia de Raphinha, autogolo de Koundé e um penálti reclamado: não falta mesmo acontecer mais nada ao Barça

Erik ten Hag inclusivamente jantou com Sir Alex Ferguson esta terça-feira. “É incrível ter o seu apoio. Gosto de falar com pessoas com conhecimento e experiência do jogo. Ele quer partilhar, ajudar e apoiar. O Manchester United é o seu clube e ele está comprometido. Quer que estejamos bem. Foi uma grande noite. Estou ansioso para jantar com ele novamente”, revelou o técnico neerlandês.

Com o incentivo extra de um histórico e a jogar em casa, o Manchester United reunia vantagens que não estavam espelhadas no marcador. O Barcelona, por seu lado, estava sem os profetas do pensamento de jogo, Pedri (lesionado) e Gavi (suspenso), mas o regresso de Sergio Busquets trouxe ao treinador do Barcelona uma necessária solução criativa para o meio-campo que saltou diretamente para o onze.

Xavi fazia com as mão o movimento de distribuição de jogo, mas o Barça não foi lá com gestos. Na segunda parte, Bruno Fernandes galvanizou a sua equipa e até levou amarelo por protestos, tal a emoção que implementara no encontro na tentativa de remediar o erro que tinha cometido. Para o Manchester United foi mesmo uma segunda parte de redenção. Um minuto depois do árbitro apitar, estava tudo empatado de novo. Recuperação dos red devils em zona subida e Bruno Fernandes iluminou o caminho do golo para Fred (46′). Antony (73′), que regressou às opções de Erik ten Hag, saltou do banco no intervalo e justificou com um golo o porquê de ter sido lançado num jogo em que Diogo Dalot também foi utilizado como suplente.

Restava aguentar o 2-1, o que nem sempre foi tarefa fácil. Lewandowski ainda obrigou Varane a cortar a bola em cima da linha de golo nos últimos minutos do encontro, mas o Manchester United ia mesmo, após cinco partidas entre ambos, regressar às vitórias diante do Barcelona. Xavi disse que ficar “fora da Liga Europa seria uma deceção muito grande”. Agora terá que lidar com ela.