A Assembleia Municipal do Porto aprovou, com o voto contra da CDU e a abstenção do BE, um voto de solidariedade com o povo ucraniano e de condenação à invasão da Ucrânia, que decorre há mais de um ano.
A recomendação, apresentada pelo movimento independente “Rui Moreira: Aqui Há Porto” na sessão da Assembleia Municipal do Porto que decorreu na segunda-feira à noite, contou com os votos favoráveis do PS, PSD, Chega e PAN, a abstenção do BE e o voto contra da CDU.
Para o eleito do movimento independente Raul Almeida o voto de solidariedade é “um imperativo moral, ético e de democracia”.
No voto, a que a Lusa teve acesso, o movimento independente destaca que “o povo ucraniano, liderado por Volodymyr Zelensky, é hoje o símbolo da resistência dos princípios contra a opressão da tirania”.
Além de reafirmar a solidariedade com o povo ucraniano, o voto condena a “agressão perpetrada pela Federação Russa e apela veementemente à cessação imediata das hostilidades e à retirada do território ucraniano”.
“Condições indispensáveis para conversações de paz que possam conduzir à justa manutenção da soberania integral do povo ucraniano sobre o território do seu Estado”, observa.
Além do voto de solidariedade do movimento independente, na sessão foi também aprovada, com os votos contra do BE e da CDU e a abstenção do PS, uma moção do Chega de condenação da invasão da Ucrânia.
O eleito do Chega, Jerónimo Fernandes, afirmou que o “escalar dos acontecimentos deve preocupar todos” e que todos os meios diplomáticos devem ser “usados com prudência e inteligência”.
Na sessão, o eleito socialista Agostinho Silva destacou que o povo ucraniano é “apenas um povo europeu que se levanta contra os totalitarismos”.
“Ao defenderem a Ucrânia estão a defender a Europa. A cada ucraniano devemos dizer que a vossa luta também é a nossa luta”, referiu o socialista, criticando a proposta do Chega por “cheirar a hipocrisia”. “Não podemos estar alinhados com um partido que se identifica tanto com Putin”, acrescentou.
Também a eleita Susana Constante Pereira, do BE, destacou que o partido “condena a invasão” da Ucrânia, não se revendo, contudo, numa “série de considerações em relação à NATO” feitas na proposta do Chega.