Danny Loader não foi um Englishman In New York, mas um Englishman In Trás-os-Montes. Por muito que goste da Broadway, prefere os espetáculos dos pauliteiros e nunca o vão ver trocar uma alheira por comida do Five Guys. Não, não precisou de se mascarar de careto nem de chocalhos a abanar para causar ruído à oposição. O FC Porto agradeceu por ter alguém que causasse o mesmo caos aos adversários que a equipa azul e branca tem sofrido.
O FC Porto vinha de duas derrotas consecutivas, diante de Inter de Milão e de Gil Vicente, algo que não acontecia desde 2019. O momento era negativo. Além disso, Uribe e João Mário foram ausências forçadas nos dragões por estarem a cumprir castigo fruto das expulsões no jogo anterior frente ao gilistas que os azuis brancos perderam por 2-1. Se essas ausências eram esperadas, o mesmo não se pode dizer da opção do treinador da equipa azul e branca em deixar o melhor marcador da equipa no banco. Foi a primeira vez que Taremi esteve na condição de suplente esta temporada em jogos do campeonato, tendo sido titular em todos os encontros anteriores.
Sérgio Conceição tentava algo diferente que mudasse o rendimento da equipa. Na frente colocou Toni Martínez e nas costas do espanhol, Danny Loader. Pepê que até podia fazer de lateral na ausência de João Mário, também foi para o banco, jogando Rodrigo Conceição no corredor direito da defesa. Foi nestes moldes que o FC Porto começou por dominar um jogo que, do início ao fim, foi bastante aberto, embora, a tendência do resultado a favor dos dragões estivesse sustentada em bons argumentos.
Ficha de Jogo
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Desp. Chaves-FC Porto, 1-3
23.ª jornada da Primeira Liga
Estádio Municipal Eng.º Manuel Branco Teixeira, em Chaves
Árbitro: Manuel Oliveira (AF Porto)
Desp. Chaves: Rodrigo Moura, Nélson Monte, Steven Vitória, Carlos Ponck, Euller (Abass, 67′), João Pedro (Luther 78′), Guima, João Mendes, Bruno Langa (Sandro Cruz, 86′), Juninho (Benny, 67′) e Jô Batista
Suplentes não utilizados: Gonçalo Pinto, Habib, Queirós e Guilherme Silva
Treinador: Vítor Campelos
FC Porto: Diogo Costa, Rodrigo Conceição (Manafá, 90′), Pepe, Iván Marcano, Zaidu, Grujic, Eustáquio (Pepê, 65′), Otávio, André Franco (Taremi, 83′), Danny Loader (Bernardo Folha, 83′)e Toni Martínez
Suplentes não utilizados: Cláudio Ramos, Fábio cardoso, Veron, Wendell e Gonçalo Borges
Treinador: Sérgio Conceição
Golos: Danny Loader (15′), Otávio (43′) e Toni Martínez (90+6′)
Ação disciplinar: cartão amarelo a Eustáquio (9′), Marcano (27′), João Pedro (28′), Danny Loader (48′), Bruno Langa (54′), Jô Batista (57′ e 71′), Ponck (83′), Grujic (84′), João Mendes (85′ e 87′), Guima (90+4′) e Zaidu (90+5′); cartão vermelho a Jô Batista (71′) e João Mendes (87′)
Assim, Danny Loader (15′) foi ágil e rápido. A potência com que fez o movimento da esquerda para o meio trocou-a pelo jeito com que rematou, de fora de área, para o ângulo inferior da baliza do Desp. Chaves defendida por Rodrigo Moura. O inglês parece ter um gosto especial por Trás-os-Montes visto que já da última vez que o FC Porto visitou o Estádio Municipal Eng.º Manuel Branco Teixeira, o jovem de 22 anos bisou.
Desde cedo que o Desp. Chaves montou o seu bloco defensivo relativamente alto no terreno e obteve dividendos dessa ousadia. Os transmontanos recuperaram a bola em zona próxima da área contrária, Juninho foi expedito a tirar o cruzamento que encontrou Jô Batista sozinho. O avançado cabeceou, mas Diogo Costa fez uma grande defesa entre os postes da baliza do FC Porto. Os comandados de Sérgio Conceição acabaram por penalizar o risco que os flavienses, orientados por Vítor Campelos, colocaram na partida. Otávio (43′) esteve envolvido na marcação de um canto curto e não parecia que fosse conseguir nada da posição demasiado lateralizada em que se encontrava. Ainda assim, tirou da frente Guima e combinou, em espaço reduzido, com Eustáquio, criando uma ocasião para o próprio brasileiro finalizar e dilatar o marcador.
Apesar da animação em que o jogo seguia, a segunda parte escalou em termos de ritmo. Nem o árbitro Manuel Oliveira teve uns últimos 45 minutos fáceis. Por lapso, numa situação que resolveu com a ajuda do VAR, o juiz do encontro expulsou Bruno Langa, do Desp. Chaves, por acumulação de amarelos quando o cartão que exibiu era destinado a Jô Batista, que acabou por deixar o encontro mais cedo por também já ter sido admoestado com uma cartolina. Era a primeira de duas expulsões que os transmontanos viriam a enfrentar. Mais tarde, João Mendes, em menos de dois minutos, levou dois amarelos — o primeiro por protestos — e o respetivo vermelho.
O VAR, Rui Oliveira, teve que continuar atento. Graças ao seu trabalho, ajudou a confirmar o penálti de Zaidu sobre João Mendes que permitiu a Steven Vitória (53′) reduzir as contas e fazer o Desp. Chaves acreditar que podia levar pontos. O FC Porto, mesmo só lançando Taremi no encontro aos 83 minutos, continuava com pernas frescas na frente para continuar a produzir jogo ofensivo. Mas foi só com o iraniano em campo que os dragões chegaram ao terceiro. O melhor marcador dos portistas esta temporada assistiu Toni Martínez (90+6′) que fez o 3-1. Esta não foi a primeira vez que o espanhol marcou, só que a primeira ocasião foi invalidada por fora de jogo.
☑ RESUMO
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