As autoridades do Iraque receberam ordens para proibir a importação, produção e venda de álcool no Iraque, medida esta com base numa lei aprovada na parlamento do país no passado mês de fevereiro.

O partido cristão do país, que conta com apenas cinco lugares na assembleia, apresentou uma queixa para revogar a lei, considerando que esta é antidemocrática. Com a maioria da população a seguir a religião muçulmana, o consumo de álcool em público é mal visto no país, podendo ser adquirido até agora, contudo, em bares e lojas com licença.

Criada em 2016, a lei prevê uma multa que atinge aproximadamente os 16 mil euros, escreve a BBC. O partido cristão do Iraque, no entanto, considera que a lei ignora os direitos das minorias no país e que restringe as liberdades da população. Além disso, o partido considera que a lei contradiz um decreto governamental adotado menos de uma semana antes da aprovação da lei, e que impunha um imposto de 200% sobre todas as bebidas alcoólicas importadas durante os próximos quatro anos.

Ao The Guardian, o dono de uma loja que vende álcool, Stefan Sami, explicou estar preocupado “em perder o emprego” que lhe permite sustentar os seus três filhos. “Esta lei é uma potencial bomba para a minha sobrevivência, eu não sei mais nenhum tipo de trabalho. O meu pai também trabalhava numa loja de bebidas, assim como o meu avô.”

As lojas de bebidas têm sido alvo de bombas e ameaças desde 2003″, contou. “Esta lei é mais um choque para o setor. Centenas de lojas serão encerradas com a imposição desta lei. Há uns meses atrás sentia que o país se estava a abrir mais ao turismo, mas isto é um passo de volta à escuridão.”

O deputado responsável pela proposta de lei, Mahmoud al-Hassan, explicou na altura que a nova legislação estava em conformidade com o artigo 2º da constituição de 2005 do Iraque, que proíbe qualquer lei que vá contra o Islão.

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