Começou como uma mera proposta ibérica, passou depois a uma candidatura tripartida com mais objetivos além da organização do Campeonato do Mundo, pode transformar-se numa oferta com a única meta de ganhar a corrida para daqui a sete anos sem deixar de ser tripartida: a Ucrânia está cada vez mais perto de deixar o projeto com Portugal e Espanha pelo Mundial-2030, podendo ser substituída por Marrocos.
O The Athletic avança que, apesar das declarações do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e do líder da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, apontarem para uma candidatura que tinha como objetivo “contribuir com a força do futebol para a recuperação de um país que estará em reconstrução”, o desenvolvimento da guerra aponta para um outro sentido. Ou seja, à luz também da nova vaga de mísseis que têm sido enviados pela Rússia, a possibilidade de recuperar um país em sete anos, partindo do pressuposto que a guerra terminaria agora (algo que está longe de acontecer), começaria a ser curto.
Em paralelo, e num ponto mais explorado pela imprensa espanhola como o As, existe um caso que preocupa a candidatura ibérica e que envolve Andriy Pavelko, presidente da Federação Ucraniana de Futebol que foi detido no final de novembro por ser acusado de desviar fundos que seriam destinados para a construção de uma fábrica de relvados artificiais para campos de futebol, arriscando assim uma pena de 12 anos de prisão. Assim, e quase como uma salvaguarda, Espanha e Portugal colocavam de parte um potencial foco de problemas que poderia condicionar a corrida à organização do Campeonato do Mundo de 2030.
Portugal e Espanha anunciam candidatura conjunta ao Campeonato do Mundo de 2030
A Federação Marroquina de Futebol foi colocada assim na equação, não sendo obrigatório que possa vir a entrar na candidatura ibérica. Aliás, nesta fase é uma espécie de “reserva” perante o que possa acontecer. E porquê? Inicialmente quer a FIFA, quer a UEFA vetavam os projetos que tivessem países de confederações diferentes. No entanto, como a oferta da Arábia Saudita deverá ter Grécia e Egito para ser apresentada como o primeiro Mundial a ser jogado em três continentes diferentes, Marrocos poderia entrar com Espanha e Portugal não só pela proximidade geográfica mas também pela capacidade de “abafar” este adversário.
Mundial 2030. Espanha propõe a Marrocos candidatura a três com Portugal
Para além destas duas candidaturas, existe ainda uma terceira confirmada que irá juntar Uruguai, Argentina, Paraguai e Chile, quatro países sul-americanos com a bandeira do centenário da primeira edição do Campeonato do Mundo que teve a sua final em Montevideu. Em junho, a FIFA irá anunciar quem pode ou não avançar com um projeto final à organização do Mundial de 2030 (o de 2026 será nos EUA, no México e no Canadá), ficando a decisão final para o Congresso do órgão que tutela o futebol mundial em 2024.