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O alerta partiu dos Serviços de Segurança da Ucrânia (SBU). Tinha sido detetado um veículo aéreo não tripulado das forças russas numa missão em direção a um alvo ucraniano na cidade de Sloviansk. Em pouco tempo a 111.º Brigada das Forças de Defesa ucranianas recebia o aviso e, por volta das 2h00 da manhã de sábado, abatia o equipamento: um drone comercial chinês Mugin-5.
“A partir do som, da luz que emitia as tropas dispararam repetidas vezes e conseguiram abatê-lo”, revelou à CNN Maksim, um militar ucraniano de 35 anos, mostrando os destroços recolhidos pela unidade de combate.
O Mugin-5 foi desenvolvido pela empresa Mugin Limited, que confirmou ao canal norte-americano que se tratava de um drone que tinham produzido na cidade de Xiamen. Um incidente “profundamente infeliz”, descreveram, condenando o uso dos seus equipamentos para fins militares.
Este é um dos casos mais recentes de drones civis modificados para servir propósitos militares durante a guerra na Ucrânia. Desde o início do conflito, em fevereiro do ano passado, estes equipamentos ganharam especial importância, tanto nas operações russas como ucranianas. “Ao longo da linha da frente, basicamente a todo o momento, estamos a conduzir operações de reconhecimento”, indicou Maksim.
Segundo o militar, o Mugin-5 estava a voar a uma baixa altitude, perto o suficiente para ser abatido pela unidade de combate ucraniana. O equipamento não estava equipado com uma câmara, pelo que não se tratava de uma missão de reconhecimento, mas transportava uma carga explosiva de cerca de 20 quilogramas, que os combatentes conseguiram detonar mais tarde em segurança.
Tanto a Rússia como a Ucrânia têm recorrido no decorrer do conflito a modelos de drones comerciais pequenos e baratos, nomeadamente o DJI Mavic 3, que custará à volta de 1.700 libras (1.920 euros), aponta a BBC. Os equipamentos podem ser usados para missões de reconhecimento, mas também podem transportar pequenas bombas, como foi o caso do drone abatido em Sloviansk.
Ao contrário dos drones militares, os comerciais são mais limitados. Um DJI Mavic, por exemplo, só consegue voar distâncias de 30 quilómetros e durante um máximo de 46 minutos, o que impossibilita que conduzam ataques de grande escala.
Além dos drones comerciais, Moscovo tem sido acusada de recorrer a drones de fabrico iraniano, como os modelos Sheahed ou Mojaher.
As autoridades russas parecem estar a diversificar as fontes de armamento e também estarão a receber equipamentos da aliada China. Segundo dados obtidos pelo jornal Politico, as empresas chinesas já enviaram cerca de 1.000 espingardas, peças para drones e coletes à prova de bala para apoiar o esforço de guerra russo.