O indicador de clima económico aumentou em janeiro e fevereiro, tendo os preços na produção industrial e no consumidor desacelerado no último mês, embora mantendo “crescimentos elevados”, divulgou nesta sexta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).
De acordo com a “Síntese Económica de Conjuntura” do INE, “o índice de preços na produção da indústria transformadora desacelerou nos últimos sete meses, de forma significativa em fevereiro, apresentando uma taxa de variação homóloga de 12,3% (16,9% no mês anterior)”.
Excluindo a componente energética, este índice aumentou 10,6% em termos homólogos (12,4% em janeiro).
Quanto ao índice relativo aos bens de consumo, registou uma variação homóloga de 14,7% em fevereiro (16,0% no mês anterior), desacelerando pelo terceiro mês consecutivo, após ter atingido em novembro o valor mais elevado da série (16,2%).
Por sua vez, a variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) abrandou para 8,2% em fevereiro, taxa inferior em 0,2 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior.
Já o índice referente aos produtos alimentares não transformados “continuou a acelerar, passando de uma variação homóloga de 18,5%, em janeiro, para 20,1%, a taxa mais elevada desde maio de 1990”.
Na vertente externa, os preços implícitos das exportações e das importações de bens desaceleraram em janeiro pelo quinto mês consecutivo, para crescimentos homólogos de 8,1% nas exportações e 7,0% nas importações (9,7% e 12,2%, respetivamente, em dezembro).
De acordo com o INE, os indicadores de curto prazo relativos à atividade económica na perspetiva da produção, disponíveis para janeiro, “apontam para uma aceleração na indústria, em volume e valor, e na construção, em termos reais, e para um abrandamento nos serviços em termos nominais”.
“Na perspetiva da despesa, o indicador quantitativo de síntese de consumo privado aumentou em janeiro, enquanto o indicador de investimento registou uma diminuição”, refere o instituto estatístico.
Em janeiro, o indicador de atividade económica “aumentou intensamente”, após ter diminuído em termos homólogos em novembro e dezembro, enquanto o indicador de clima económico, que sintetiza as questões relativas aos inquéritos qualitativos às empresas, “aumentou em janeiro e fevereiro, após ter estabilizado no mês anterior”.
De acordo com as estimativas provisórias mensais do “Inquérito ao Emprego” do INE, a taxa de desemprego (16 a 74 anos), ajustada de sazonalidade, foi 7,1% em janeiro, mais 0,3 pontos percentuais do que no mês anterior (6,0% em outubro e 5,9% em janeiro de 2022).
A taxa de subutilização do trabalho (16 a 74 anos) situou-se em 12,4%, mais 0,2 pontos percentuais que em dezembro (11,5% em janeiro de 2022).
Em janeiro, a população empregada (16 a 74 anos), também ajustada de sazonalidade, cresceu 0,5% face ao mês anterior e 0,1% em termos homólogos (variação homóloga de -0,4% em dezembro).