É a primeira visita de um líder mundial que Vladimir Putin recebe desde que o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de detenção contra o Presidente russo. É também a primeira vez que Xi Jinping visita o Kremlin desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, há mais de um ano. E a primeira visita oficial do líder chinês desde que entrou no terceiro mandato.

Xi Jinping e Vladimir Putin vão reunir-se entre segunda e quarta-feira a convite do líder russo. É um gesto de apoio da China que contraria a posição neutra que Pequim diz ter adotado face aos acontecimentos na guerra na Ucrânia. O conflito armado é assunto incontornável no encontrou entre ambos e é possível que a cooperação entre os dois países na guerra na Ucrânia escale a partir desta semana.

O Kremlin revelou mesmo que Xi Jinping e Vladimir Putin vão debater os “assuntos atuais de maior desenvolvimento de relações de parceria abrangentes e cooperação estratégica entre a Rússia e a China” e que “vários documentos bilaterais importantes serão assinados” após uma sessão de negociações na terça-feira. Também está prevista “uma troca de opiniões no contexto do aprofundamento da cooperação russo-chinesa na arena internacional”.

Explicador em vídeo. Como Xi Jinping aumentou a tensão entre a China e o Ocidente na última década

Yuri Ushakov, assessor de Vladimir Putin na área dos Negócios Estrangeiros, afirmou que “Moscovo aprecia muito a posição equilibrada da liderança chinesa” sobre a guerra na Ucrânia. Pequim tem insistido que é um mediador de paz entre a Rússia e a Ucrânia e que nunca anunciou um apoio concreto nem a um país, nem a outro. Mas Xi Jinping nunca condenou a invasão. De resto, os dois disseram ter “uma amizade sem limites” num discurso a propósito dos Jogos Olímpicos de inverno em fevereiro de 2022.

Perante as aproximações entre os dois chefes de Estado, a Casa Branca diz estar atenta às movimentações da China em relação à guerra na Ucrânia. Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional, afirmou na semana passada: “Obviamente, a Rússia tem seus próprios interesses em tentar atrair outros países para este conflito, se puder, mas nossa posição é a mesma, quer eles se encontrem ou não.”

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