O primeiro navio elétrico da nova frota da Transtejo chegou este fim de semana a Lisboa. No entanto, o Cegonha Branca apresentou danos no casco quando foi descarregado e vai ter de ser reparado.

A informação foi confirmada ao Observador por fonte oficial da empresa de transportes que atribui os danos sofridos durante a viagem às más e imprevisíveis condições de navegabilidade em que o transporte ocorreu.

A Transtejo não especifica a gravidade dos danos, nem avança para já com um prazo para que este primeiro navio possa ser rececionado e encaminhado para os primeiros testes, mas adianta que a responsabilidade de avaliação de danos e da sua reparação pertence aos Astilleros Gondán, o fabricante que fretou o transporte.

“O estaleiro irá proceder à habitual e rigorosa avaliação do navio e irá determinar a realização das reparações necessárias. Os custos serão, naturalmente, assumidos pelo fretador do navio de carga, responsável pelo transporte”.

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A empresa acrescenta que a entrega definitiva do  Cegonha Branca irá ocorrer posteriormente. Só depois serão efetuadas as necessárias vistorias técnicas por parte da DGRM – Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos e o processo de legalização do navio, mediante emissão do certificado de navegabilidade e do registo do título de propriedade. Estes passos são fundamentais para dar início ao processo de formação das várias tripulações da Transtejo a bordo.

Navio elétrico da Transtejo, o Cegonha Branca

Navio elétrico da Transtejo, o Cegonha Branca no terminal do Beato

De acordo com dados recolhidos pelo Observador, os cascos do navio são de fibra de vidro, o que o torna mais vulnerável a este tipo de problemas. O navio elétrico estará no Beato depois de ter sido transportado por uma embarcação holandesa.

A chegada do Navio Leader Cegonha-Branca, o primeiro de uma encomenda de 10 navios e o único que vem já com o conjunto de baterias necessário à propulsão, foi anunciada no sábado pela Transtejo, apenas dois dias depois de a administração da empresa pública ter apresentado a demissão por causa desta mesma encomenda.

Renovação da frota da Transtejo encalha pela segunda vez depois de um contrato chumbado, uma demissão e um alerta ao primeiro-ministro

Isto depois de o Tribunal de Contas ter recusado o visto prévio ao contrato para a compra de baterias elétricas, atacando a racionalidade e salvaguarda do interesse público da opção feita pela Transtejo de encomendar navios elétricos sem incluir as necessárias baterias. O contrato chumbado no valor de 15,5 milhões de euros tinha como fornecedor a mesma empresa que construiu os barcos, a Estaleiros Gondán, situada nas Astúrias. O futuro do contrato para a entrega de nove dos dez navios encomendados pela Transtejo em 2020 e a compra das respetivas baterias será decidido pela nova administração da empresa, com o Governo a reconhecer a necessidade de agir com rapidez.

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