As empresas de seguros portuguesas e os fundos de pensões têm investimentos de pouco mais de cem milhões de euros ao Credit Suisse, banco que foi resgatado no fim de semana com a compra pela UBS.
O levantamento foi divulgado esta terça-feira pela Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) que acrescenta que estas exposições representam 0,2% dos ativos sob gestão dos fundos de pensões, o equivalente a 45,1 milhões de euros, e 0,1% dos ativos das seguradoras, o que corresponde a 60,7 milhões de euros. O que totaliza 105,8 milhões de euros.
A ASF explica ainda que a maioria da exposição das entidades portuguesas corresponde a títulos de dívida classificados como plain vanilla (produtos simples) e não como subordinated bonds (obrigações subordinadas). A mega-operação protagonizada por dois bancos suíços e comandada pelo Banco Nacional Suíço imputou perdas aos detentores de obrigações que contam para os rácios de capital dos bancos, designadas Additional Tier 1. Ainda assim, outros títulos emitidos pelo Crédit Suisse sofreram perdas pesadas no seu valor de mercado nas semanas que antecederam o resgate.
O regulador diz que a exposição ao banco suíço foi calculada a partir do reporte regular das carteiras feito pelas entidades trimestralmente, sendo que os dados que serviram para este levantamento são do final de 2022. A exposição às ações do Credit Suisse é classificada como imaterial.
Questionado pelo Observador, o Banco de Portugal não deu até agora informação sobre a exposição do setor bancário à crise que levou ao desaparecimento do Credit Suisse.
Esta segunda-feira foi noticiado que o fundo gerido pela Segurança Social, e que serve de almofada financeira ao pagamento de pensões, tinha aplicado no final de 2021 cerca de 2,7 milhões de euros em ações do Credit Suisse, mas não há indicação sobre se estes títulos se mantêm na carteira e em que quantidade.