A pausa nas greves da CP não durou muito. Depois de os maquinistas terem cumprido a sua paralisação entre 10 e 17 de março, voltam a convocar uma greve, neste caso ao trabalho extraordinário, que durará todo o mês de abril (de 1 a 30).

Em comunicado, o Sindicato dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro (SMAQ) acusa o Governo e a CP de, “numa atitude autista e de desconsideração” pelas dificuldades dos trabalhadores e respetivas famílias em tempos de inflação, não terem dado qualquer passo para “a resolução do conflito laboral em curso”.

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Assim, concluem, “não resta aos maquinistas outro caminho se não continuar a luta“, uma vez que nem questões “urgentes” e cuja resolução só depende da CP são resolvidas, lamentam.

O comunicado explica as várias situações em que os trabalhadores representados pelo SMAQ estarão em greve, nomeadamente:

— De 1 a 30 de abril, os maquinistas e maquinistas técnicos fazem greve sempre que o trabalho exceda “os períodos normais de trabalho diários que tenham a duração prevista superior a 7h30“, assim como todos os períodos que impliquem entradas ou saídas na sede entre as 00h30 e as 6h e todos os períodos de serviço “cujo teor viole o acordo de empresa” assinado com a CP em 2022.

— De 1 a 21 de abril, os inspetores de tração e inspetores chefe de tração estarão em greve “a todos os períodos normais de trabalho que tenham a duração prevista superior a seis horas“.

— De 1 a 30 de abril, os trabalhadores representados pelo SMAQ farão greve “a todo o período de serviço sempre que lhes seja atribuído um período normal de trabalho diário cujo horário de trabalho não conste nas escalas em vigor à data do início da greve”.

— E de 16 a 22 de abril, os trabalhadores destas categorias estarão em greve a todo o trabalho suplementar, incluindo ao trabalho em dia de descanso semanal.

Neste comunicado, o SMAQ faz várias reivindicações em concreto, incluindo aumentos salários efetivos e valorização da carreira de tração; melhoria das condições de trabalho nas cabines e instalações sociais; melhoria das condições de segurança nas linhas; “humanização” das escolas de serviço; protocolo de acompanhamento psicológico em caso de colhida de pessoas e acidentes ou o cumprimento integral do acordo assinado com a CP.