Primeiro falou Nuno Mendes, depois João Félix que ficou a segurar o microfone até chegar Bruno Fernandes, a seguir ficaram os três com João Félix a tentar mudar a ordem entre sorrisos. Das quatro linhas para fora do campo, o bom ambiente na Seleção voltou a ficar bem patente depois de mais uma goleada na era Roberto Martínez, a segunda noutros tantos jogos na fase de qualificação para o Europeu de 2024 desta vez com um “atropelo” no Luxemburgo. No entanto, e apesar dessa leveza que é bem percetível, nem por isso o ambiente na Seleção alguma vez deixou de ser bom e, depois de João Cancelo, também Bruno Fernandes fez questão de vincar essa situação, considerando que Portugal está apenas a viver uma natural transição de técnico.

João, o carregador de piano da orquestra do Grão-Duque Ronaldo e companhia (a crónica do Luxemburgo-Portugal)

“Lufada de ar fresco na Seleção? Não há lufada de ar fresco nenhuma, este é só um período de transição. O ambiente na Seleção sempre foi bom, o ar nunca foi nada que não fosse fresco”, destacou no final da zona de entrevistas rápidas da RTP3, contrariando aquela que tinha sido a visão de Ronaldo na conferência antes do jogo com o Liechtenstein, após ter elogiado a vitória no Luxemburgo e a adaptação ao novo sistema.

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“Houve uma fase menos boa. Consegui ver muitas coisas e hoje estou um homem melhor”: a primeira conferência de Ronaldo na era Martínez

“O Luxemburgo é difícil, tem jogadores que criam perigo e criaram perigo a abrir a segunda parte, mas fomos muito assertivos. Lemos bem os momentos de jogo nos dois jogos e fizemos bastantes golos, sem sofrer. Novo sistema, nova posição? São novas dinâmicas e depois há a qualidade individual para fazer a diferença. As substituições mostraram isso, somos uma Seleção muito completa. O mister sabe que pode trocar dois ou três jogadores e manter a qualidade da equipa”, salientou o médio do Manchester United.

“Foram dois resultados muito positivos, dois jogos muito bem conseguidos e sem sofrer golos. A Seleção esteve muito bem. Segredos no Luxemburgo? Fizemos uma boa leitura de jogo. Soubemos o que era preciso fazer neste jogo. Soubemos defender, sofrer no momento em que tínhamos de sofrer, e fomos inteligentes no momento de ter bola”, acrescentou depois Bruno Fernandes na flash interview da SportTV.

“Sabíamos que ia ser complicado, mais do que com o Liechtenstein, mas tornámos o jogo fácil, fizemos golos cedo. Depois controlámos o jogo. Momento pessoal? Estou a fazer o meu trabalho, treino para estar melhor e para dar alegrias a amigos, família e companheiros. Estou a fazer o que sempre fiz. Quando as coisas têm de sair, saem. Ainda falta para o Europeu mas queremos dar alegrias aos portugueses e a nós, que merecemos depois da forma como saímos do Mundial. É seguir neste caminho. Ataque? Quanto mais gente na frente melhor para os avançados, temos mais apoios, quatro, cinco jogadores na área, o que é bom”, destacou João Félix, que marcou o quinto golo pela Seleção num total de 30 internacionalizações.

“Conseguimos gerar um bom ritmo, fizemos quatro golos na primeira parte, os cruzamentos entraram muito bem. Foi uma equipa confiante, dois jogos, seis pontos. Queremos continuar assim. Selecionador? Já deu para ver novas dinâmicas, que até foram refletidas em golo neste jogo. Se as coisas correm bem no Benfica, a porta para a Seleção será mais fácil mas ninguém me vai dar nada. Três centrais? É um desenho que muda o comportamento, pois temos de bascular para apanhar os alas, já que os nossos laterais saltam muito para o ataque”, referiu também António Silva, central que foi titular no lugar de Gonçalo Inácio.

“Foi um jogo muito bom da parte da equipa. Entrámos bem, a fazer golos cedo e a proporcionar o que o mister nos pediu para fazermos. Conseguimos executar bem o que tínhamos feito no treino. Foi um jogo muito bem conseguido. Na segunda parte entrámos um bocadinho aquém mas conseguimos marcar mais dois golos. Selecionador novo? Sim, é um novo ambiente mas estamos sempre focados em dar o nosso máximo nos treinos e poder captar as coisas que o mister nos diz porque é uma nova era e temos que estar todos concentrados para podermos ajudar o mister e ele ajudar-nos a nós. Sistema? Sinto-me confortável, temos três centrais e o mister pede-nos para estarmos abertos para ajudar a equipa e termos espaço. Foi isso que fizemos e fizemo-lo bem. É o mesmo sistema do meu clube”, realçou Nuno Mendes, lateral do PSG.