Às 10h57 desta terça-feira, Abdul Bashir, um homem com nacionalidade afegã que nasceu em 1994 entrou no centro Ismaili, em Lisboa, com uma “faca de grandes dimensões”, e matou duas mulheres portuguesas. O atacante chegou a Portugal em outubro de 2021 enquanto refugiado, após a mulher ter morrido num campo de refugiados.

De acordo com o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, o homem tinha vindo de um campo de refugiados da Grécia e a mulher, que acabou por morrer, sobreviveu a “circunstâncias difíceis”, não tendo o governante detalhado quais eram. “Foi recolocado ao abrigo da cooperação europeia e era um cidadão beneficiário da proteção internacional”, frisou.

O agressor veio para Portugal juntamente com três filhos menores (de nove, sete e quatro anos) e vive atualmente na zona de Odivelas. No momento do ataque, os filhos estariam na escola. Fonte do centro Ismaili revelou também ao Observador que o homem não é desconhecido da comunidade muçulmana. O homem de nacionalidade afegã recorria ao centro para aprender português e para receber apoio alimentar.

Em declarações ao Observador, o presidente da Associação da Comunidade Afegã em Portugal, Omed Taeri, salientava que o homem era “uma pessoa muito calma” e não havia registo de “situações” que pudessem ser “preocupantes”. “Ninguém sabe porque é isto aconteceu neste momento. Ninguém nos consegue dizer o porquê”, assinalou, indicando que não houve “indicações de violência” relativamente ao atacante.

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Ouça aqui o relato de Nizam Mirzada, irmão de uma aluna que testemunhou o ataque, em declarações à Rádio Observador

Centro Ismaili. “Não faças isso, por favor”

José Luís Carneiro corroborou a versão de Omed Taeri. O homem de nacionalidade afegã “tinha uma vida bastante tranquila”, tendo o ministro destacado que não havia “qualquer sinalização que justificasse cuidados de segurança” especiais.

Ao que apurou o Observador, Abdul Bashir tinha chegado a Portugal “muito traumatizado” através de uma parceria com a associação Focus, que lhe pagava uma “casa”. Contudo, o homem de 29 anos tinha de permanecer no centro Ismaili (onde é a sede da organização) “o dia todo”, onde aprendia a costurar, além de ter aulas de português.

Após aprender a costurar, Abdul Bashir deveria ir para a região Norte do país, onde trabalharia numa “fábrica de confeção”.

Ao mesmo tempo, de acordo com o Expresso, o homem terá problemas mentais, não se sabendo quais até ao momento.

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