O líder do Governo de Macau, Ho Iat Seng, garantiu que a região chinesa “não poupa esforços na preservação” da língua e cultura da comunidade portuguesa, de acordo com um comunicado divulgado nesta quarta-feira.

Durante um encontro com o embaixador de Portugal na China, Paulo Jorge Nascimento, na terça-feira, o chefe do executivo de Macau disse que as autoridades deram “sempre elevada importância ao contributo e à herança da comunidade portuguesa“.

O território chinês “não poupa esforços na preservação das suas boas tradições, língua, cultura e costumes, o que se reflete tanto no regime jurídico, ensino, arquitetura, obras”, acrescentou Ho Iat Seng.

No dia do 20.º aniversário do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum de Macau), o governante recordou que irá visitar Portugal entre 18 e 22 de abril, com uma comitiva que inclui empresários locais.

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Segundo o comunicado, Paulo Jorge Nascimento disse no encontro que Macau pode ajudar as empresas portuguesas, sobretudo nas áreas da medicina, alta tecnologia e economia marítima, a entrar no mercado da China continental, de mais de 1,4 mil milhões de pessoas.

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O diplomata apontou como prioridades a Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau, na vizinha Hengqin (ilha da Montanha), e a Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.

A zona especial para captação de empresas e investimento na ilha de Hengqin, anunciada em 2021, tem como vantagens a livre circulação de capitais, e uma política de isenção e suspensão de impostos sobre as mercadorias, cuja entrada em todo o mercado chinês estará facilitada.

A Grande Baía é um projeto de Pequim que visa criar uma metrópole a partir das regiões administrativas especiais de Macau e de Hong Kong, e nove cidades da província de Guangdong, com mais de 60 milhões de habitantes.

Também na terça-feira, Ho Iat Seng encontrou-se com o presidente do Fórum dos Empresários de Língua Portuguesa (FELP), o angolano Francisco Viana.

O líder do Governo da região chinesa destacou os “recursos naturais ricos” dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, que disse serem “um importante parceiro de cooperação para o interior da China e Macau”.

Francisco Viana disse que, com a abertura das fronteiras do território após quase três anos de restrições devido à pandemia de Covid-19, estão a ser retomadas várias atividades empresariais.

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O presidente do FELP disse acreditar que os empresários lusófonos “participem ativamente” na próxima edição da Feira Internacional de Macau, que tradicionalmente se realiza em outubro, e que este ano deverá regressar ao formato presencial.

A região administrativa especial chinesa abandonou, em meados de dezembro, a política de “zero covid”, que incluía a restrição das entradas e quarentenas em locais designados que chegaram a ser de 28 dias.