Nem sempre as histórias de amor acabam bem. Num estabelecimento prisional no norte do País de Gales, 18 funcionárias mantiveram relações amorosas com homens aí encarcerados e três acabaram mesmo condenadas a penas de prisão nos últimos seis anos. A associação de guardas prisionais considera que muitas delas podem ter sido coagidas, mas os números também colocam em causa o sistema prisional local.
Algumas das mulheres eram guardas que trabalhavam a tempo integral no estabelecimento prisional de Berwyn, sendo que as restantes estavam a contrato com outras agências que mantinham parcerias com o estabelecimento prisional. Todas elas, segundo o Daily Express, foram despedidas ou terão apresentado a sua demissão após serem descobertos os casos amorosos.
A guarda prisional Ayshea Gunn, 27 anos, foi condenada a um ano de prisão depois de ter um caso amoroso com Khuram Razaq, de 29 anos. Ayshea contrabandeou vídeos e fotografias sexuais, incluindo uma fotografia dos dois a dar um beijo.
Outra guarda prisional, Emily Watson, de 26 anos, foi presa igualmente durante um ano, em abril de 2019, depois de manter relações sexuais com o presidiário John McGee. Outros colegas da agente da autoridade desconfiaram do tempo que Watson passava com o recluso e foi aberta uma investigação à relação entre ambos.
Já Jennifer Gavin, também 27 anos, foi condenada a oito meses de prisão. Durante um caso amoroso com o preso de 25 anos Alex Coxon, enviou vídeos sexuais para o detido através de um telemóvel que a funcionária colocou ilegalmente dentro do estabelecimento prisional.
A Associação de Guardas Prisionais do Reino Unido não tem dúvidas que algumas funcionárias foram persuadidas por “reclusos bastante experientes”. Além disso, segundo a associação, o recrutamento de muitas funcionárias foi realizado pela internet e não em entrevistas cara a cara, pelo que poderão ter sido cometidos erros durante os processos de recrutamento.
O presidente da associação, Mark Fairhurst, explicou ao The Telegraph que, nos últimos anos, o número de funcionários mais jovens dentro dos estabelecimentos prisionais tem aumentado. Além disso, nos últimos cinco anos, o número de funcionárias femininas em prisões também subiu 27%, e os elementos do sexo feminino representam agora 42% de todos os funcionários prisionais.
A prisão de Berwyn foi inaugurada em 2017 e é a segunda maior prisão da Grã-Bretanha. Com capacidade de acolher dois mil presos, o estabelecimento prisional ficou conhecida pela sua abordagem mais liberal ao modo como os detidos são tratados: as celas são “quartos”, os blocos da prisão são “comunidades” e cada uma das pessoas que é colocada na prisão recebe um computador portátil à chegada.
Através dos computadores portáteis, é possível pedir comida, preencher formulários ou agendar visitas. Alem disso, os reclusos podem utilizar os computadores para aceder a material educativo, notícias e entretenimento, tudo dentro de um sistema fechado de intranet do estabelecimento prisional. O estabelecimento prisional de Berwyn conta ainda com um ginásio, uma sala de fitness, uma biblioteca e campos de jogos ao ar livre.