A ministra da Defesa de Portugal considera que o incidente com o navio Mondego na semana passada não descredibiliza as Forças Armadas Portuguesas junto da NATO.

Questionada esta terça-feira pelos jornalistas em relação à avaria do navio Mondego e da implicação que tal incidente pode ter junto da NATO, a ministra da Defesa de Portugal afirmou que “a NATO conhece as forças armadas portuguesas e a forma como tem participado muito eficazmente nas várias missões da aliança”.

Não creio que devamos generalizar a partir de situações pontuais que são tratadas pelas autoridades competentes, não pondo em causa a nossa participação na aliança atlântica”, disse Helena Carreiras aos jornalistas.

No dia 27 de março, o navio Mondego abortou uma missão, alegando “motivos técnicos“, tendo sido necessário rebocar a embarcação até ao porto do Caniçal. Afinal, contudo, a paragem de funcionamento do navio deu-se por “baixos níveis de combustível no tanque de serviço que alimenta os respetivos motores e geradores“, avançou a Marinha em comunicado.

Navio Mondego abortou missão na segunda-feira à noite perto da Madeira por “motivos de ordem técnica”

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Esta não foi a primeira vez que a embarcação se viu envolvida em polémicas. No dia 11 de março, 13 militares recusaram realizar uma missão a bordo do navio Mondego. O objetivo seria o acompanhamento de um navio russo a norte da ilha de Porto Santo, na Madeira. A insurreição dos 13 militares levou a marinha a considerar que os mesmos “não cumpriram os seus deveres militares, usurparam funções, competências e responsabilidades não inerentes aos postos e cargos respetivos”.

Os militares alegaram, na altura, limitações técnicas para não desempenhar a missão, como o facto de um motor e um gerador de energia elétrica estarem inoperacionais. Além disso, o navio “não possuiu um sistema de esgoto adequado para armazenar os resíduos oleosos a bordo, ficando estes acumulados nos porões, aumentando significativamente o risco de incêndio”.

Esta terça-feira, a ministra explicou ainda que Portugal aumentou a sua participação no esforço financeiro da NATO, tendo atribuído mais 20 milhões de euros aos fundos comuns e ao mecanismo europeu de apoio à paz. Já a nível nacional, Helena Carreiras esclareceu que Portugal aumentou o próprio orçamento da Defesa. “Temos agora uma lei de programação militar que tem o maior montante de sempre, são 5570 milhões de euros, e conseguimos também assegurar que a aplicação desses fundos tem sido a maior de sempre”, afirmou. O objetivo será atingir os 2% dedicados à Defesa até ao final da década.