Há muito que as baterias cilíndricas fazem parte da nossa realidade no dia-a-dia, animando as lanternas, os comandos de TV e, como não podia deixar de ser, os brinquedos das crianças. Mas no que respeita às baterias dos veículos eléctricos, as células cilíndricas foram adoptadas pela Tesla e pelo seu parceiro tecnológico Panasonic, sobretudo por serem as mais rápidas de produzir em grande série, diminuindo o seu custo – exactamente o que os fabricantes de veículos eléctricos necessitam para serem mais competitivos.

As primeiras baterias da dupla Tesla/Panasonic foram as 1865 (com 18 mm de diâmetro e 65 mm de altura) e 2170 (21 mm x 70 mm), alimentando respectivamente os motores dos Model S e X, as mais pequenas, e dos Model 3 e Y, as maiores. A Tesla está agora a industrializar as 4680 (46 mm x 80 mm), células de concepção própria que lhe permitem atribuir a produção à Panasonic ou a qualquer outro fabricante, como a CATL. Mas a japonesa Panasonic continua a ser a mais experiente em células cilíndricas, daí que tenha agora a Stellantis e a BMW interessadas nesta tecnologia.

De acordo com o Wall Street Journal, a Panasonic está em conversações com a Stellantis (o 4.º maior grupo automóvel mundial, com 14 marcas europeias e norte-americanas) e a BMW (grupo germânico que inclui ainda a Mini e a Rolls-Royce), para a instalação de fábricas de baterias nos EUA. A Stellantis já anunciou o arranque da construção das suas primeiras fábricas de baterias do outro lado do Atlântico, estando agora em cima da mesa a terceira instalação fabril.

A BMW projecta lançar em 2025 o primeiro veículo eléctrico concebido sobre uma plataforma específica para modelos a bateria, a Neue Klasse. Até lá fabricará os seus modelos eléctricos com base em plataformas convencionais para motores de combustão (excepção feita para o i3). O construtor alemão tem previsto a construção de seis fábricas de baterias a nível global, sendo que uma delas está destinada à Carolina do Sul, em parceria técnica com os chineses da Envision AESC. Mas a crescente tensão entre os EUA e a China está a tornar mais difícil o investimento de empresas chinesas, o que levou a BMW a procurar um novo parceiro no Japão.

Curioso é o facto da mudança da Stellantis e da BMW para a Panasonic pressupor uma alteração tecnológica, uma vez que, até aqui, ambos os grupos utilizavam células prismáticas, uns paralelepípedos rectângulos em alumínio. Com a passagem para a Panasonic, os packs de baterias passarão a ser montados com células cilíndricas.

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