O treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, tornou-se no técnico mais rápido a atingir as 200 vitórias no campeonato português. O registo acontece numa altura em que para os dragões nunca os pontos foram tão valiosos. Na corrida com o Benfica pelo título de campeão nacional, os azuis e brancos estão agora a quatro pontos do primeiro lugar quando, antes do clássico entre os dois clubes, estavam a dez. Uma recuperação rápida que se verifica quando Conceição admite que, em alguns momentos, a equipa não encanta.

“Não com brilhantismo, mas temos feito a nossa caminhada”, disse o treinador no final do jogo contra o Santa Clara da 28.ª jornada da Primeira Liga. “Os jogos são jogos de três pontos, sempre difíceis. À medida que caminhamos para o final do campeonato, os pontos têm uma importância grande. O Santa Clara veio aqui tentar fazer o máximo para levar pontos, é normal. Estas equipas têm diferentes objetivos e nunca são fáceis estes finais de campeonato”, analisou. “Hoje, foi mais um jogo difícil. Na primeira parte, devíamos ter feito mais golos. Não fizemos e falhámos um penálti, o que acontece. Ao intervalo, diminuímos um pouco aquilo que foi a nossa intensidade no jogo”.

As quatro das últimas vitórias do FC Porto foram conseguidas pela margem mínima. Mesmo numa noite que trouxe esperança, Sérgio Conceição fez questão de mencionar o desaire em casa com o Gil Vicente como demonstração dos momentos de desinspiração da equipa.

“Temos sempre tendência para olhar para a equipa tendencialmente mais forte, mas temos que dar mérito ao adversário que fez um jogo desinibido. Olhamos individualmente para o Santa Clara e tem jogadores muito interessantes”, continuou o técnico que se lamentou por não ter transmitido a mensagem adequada aos jogadores. “Não estive tão bem a dizer aquilo que queria, porque eles, normalmente, se não a 100%, quase, metem em campo aquilo que nós enquanto equipa técnica definimos para o jogo como estratégia”.

O resultado do não cumprimento da estratégia, que, mesmo assim, permitiu à equipa vencer, ficou espelhado no campo. “O adversário não nos criou grande perigo, mas estávamos constantemente a perder as segundas bolas e a jogar de forma direta, por vezes, rápido demais. Devíamos ter um controlo de jogo diferente. Uma boa ocupação de espaço no meio-campo ofensivo deixa-nos mais preparados para recuperarmos a bola se a perdermos. Não estava a acontecer”.

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