O líder do grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, voluntariou-se, na quinta-feira, para mediar o conflito do Sudão que opõe as forças armadas do país a um grupo paramilitar que quer reivindicar o poder. Numa publicação no Telegram, o mercenário leal ao Presidente russo diz que está “sempre pronto para ajudar” o país.

“Eu, Yevgeny Viktorovich Prigozhin, sempre estive conectado ao Sudão por muito tempo e esteve em contacto com todas as autoridades sudanesas”, lembrou o líder da milícia privada Wagner. Contudo, vários dos seus oponentes acusam-no de desenvolver operações militares no país africano, ainda que Yevgeny Prigozhin tenha recusado recentemente esse cenário.

No entanto, o grupo Wagner confirmou que treinou militares sudaneses no passado — não com o objetivo de levar a cabo um golpe de Estado, mas sim com a finalidade de “defenderem as suas fronteiras dos inimigos”.

Sobre a proposta de mediação, o chefe da milícia privada mostrou-se disponível para “resolver o conflito existente”. “Estou pronto para ser mediador entre o líder do conselho militar de transição, Abdel Fattah al-Burhan, e o chefe das Forças Rápidas de Apoio, Mohamed Hamdan Dagalo e outros envolvidos no conflito.”

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“A Organização das Nações Unidas e muitos outros querem a paz para o povo sudanês”, vincou Yevgeny Prigozhin, que reforça que poderá enviar — às suas custas — “aviões com medicamentos” para o país africano.

Pelo menos 413 pessoas morreram e 3.551 ficaram feridas no Sudão desde o início do conflito entre o exército sudanês e o grupo paramilitar RSF, disse esta sexta-feira uma porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Os confrontos eclodiram em 15 de abril devido a divergências sobre a reforma do exército e a integração das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) no exército, parte do processo político para a democracia no Sudão após o golpe de Estado de 2021.