“O principal objetivo desta época está por alcançar e não dependemos só de nós para chegar lá. Como é óbvio, não estamos eufóricos, tal como nunca estivemos descrentes quando nos deram como acabados. Se há pouco tempo estávamos a dez pontos da liderança e agora estamos a quatro, isso deve-se ao trabalho da nossa equipa técnica e dos jogadores. Eu acredito que com este espírito, esta qualidade e esta ética de trabalho temos todas as condições para ganhar os seis jogos que faltam até ao fim do Campeonato. E acredito que isso pode vir a permitir-nos alcançar o nosso objetivo, desde que em todos os jogos impere a verdade desportiva, o que nem sempre aconteceu este ano”, escreveu Pinto da Costa no habitual artigo de opinião que tem na revista Dragões, que foi revelado em termos públicos na passada quarta-feira.

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Nesse âmbito, e ao abrigo do teor das mesmas, o Benfica avançou com nova queixa. “O clube informa que fez uma participação no Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol relativa às declarações do presidente do FC Porto tornadas públicas na quarta-feira, dia 19 de abril. Declarações que visam condicionar as arbitragens neste final de Campeonato e que, não tendo merecido ação do Conselho de Disciplina nas últimas 48 horas, justificam este procedimento do Benfica”, anunciaram os encarnados na sua newsletter diária. Já antes, por declarações no mesmo sentido de Sérgio Conceição, treinador dos azuis e brancos, e Vítor Baía, administrador dos dragões, o clube da Luz tinha feito participações disciplinares.

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“O Benfica vai fazer [essa participação] mas nem deveria, o Conselho de Disciplina da Federação foi tão célere a abrir um processo ao Benfica há pouco tempo por notícias que apareceram nos jornais, nem deveria ser o Benfica a ter de manifestar-se numa situação destas… Vocês noticiaram durante a semana toda algo que é lamentável. Nem vale a pena estarmos a falar do fim de semana, mas sabemos o que essa pressão originou. Não devíamos ser nós a fazer uma participação. Posso adiantar que já fizemos até. Que não seja esse barulho externo a condicionante deste campeonato. Com toda a certeza, até porque conheço jogadores e equipa técnica, sei o valor que temos, que é assim que todos juntos e unidos, até porque foi assim que chegámos até aqui, vamos chegar ao 38 com toda a certeza”, comentara Rui Costa, líder das águias, aos jornalistas presentes no aeroporto de Lisboa, antes da partida da comitiva para o jogo com o Inter em Milão.

As últimas jornadas da Primeira Liga continuam a aquecer os ânimos e Sérgio Conceição não se furtou a comentar essa queixa de que foi alvo, que levou mesmo o Conselho de Disciplina a abrir processos não só ao treinador e a Baía mas também à SAD do FC Porto enquanto pessoa coletiva, manifestando a sua estupefação por ter vindo de alguém que chegou a ser seu companheiro na Seleção como jogador.

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“Acabei por dizer na última conferência que levaria um processo. Só vim hoje aqui por respeito porque vocês já estavam convocados, já tinham vindo para cá, porque provavelmente não faria a conferência mais uma vez e não era para fugir de nada, de nenhuma questão. O meu silêncio iria provocar mais ruído do que fazendo a conferência isso poderia provocar. Acho que isto é tudo… Estes casos e casinhos, estes processos… Eu até trouxe aqui o que disse sobre o VAR na última conferência e foi motivo do tal processo”, começou por dizer, antes de ler de um papel que tinha na mesa essas declarações que fizera antes do Santa Clara.

“Eu não tenho de entrar em detalhes sobre as nomeações, é evidente que houve erros no passado mas as pessoas podem errar. O VAR é uma ferramenta importante mas quem está atrás do VAR é sempre uma pessoa ou várias. Se um critério for o mesmo num determinado erro, tudo bem, podem errar, como eu erro a definir a equipa e a estratégia para o jogo. Todos erramos, só não pode haver dois pesos e duas medidas. Na reta final é importante que cada um esteja no seu máximo e dê o seu melhor, cada um no seu papel, no seu trabalho . Depois digo: ‘Todos os intervenientes no jogo têm de dar o seu melhor. Treinadores, jogadores, todos os departamentos que trabalham connosco. Estamos sempre no máximo e é isso que queremos que todos estejam’. E pronto, fui processado por isto, por dizer que quero que todos estejam no seu melhor”, comentou o técnico dos azuis e brancos no início de uma resposta de dois minutos e meio.

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“É como vocês, estão aqui, analisam esta conferência, de certeza que analisam as conferências de outros treinadores, podem errar no vosso trabalho de forma inconsciente está tudo bem. No fundo é isto que digo. Não sei onde é que isto… Mas a mim o que me admira mais é o facto de isto ser levantado por um homem do futebol que é meu ex-colega, que está habituado a ganhar dentro do campo e não com estes casinhos, isto é o que mais me admira no Rui Costa ao levantar isto, muito sinceramente. E eu tinha mesmo de dizer isto, estava aqui entalado, agora já cá veio para fora”, apontou ainda Sérgio Conceição.

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“Depende da forma como comentam e levam as minhas palavras. Dá-se a importância que se dá dependendo de quem é. Acredito que eu, FC Porto, seja visado. Tenho pessoas que não gostam de mim, mas faz parte, não se pode agradar a toda a gente. Não sei se o presidente do Benfica vai abrir um processo pelas declarações do senhor Schmidt que foi bem mais agressivo em relação ao VAR do que eu, não sei”, concluiu o técnico, visando as palavras do alemão após a eliminação do Benfica em Milão com o Inter.