O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) considerou desnecessários os serviços mínimos decretados para as greves nas escolas, relatando que as greves mais prolongadas têm registado uma fraca adesão.

Os professores e funcionários das escolas iniciaram esta quarta-feira uma greve de três dias, convocada pelo Sindicato de Todos os Profissionais da Educação (Stop), apenas uma semana depois de terminada a greve por tempo indeterminado, convocada pelo mesmo sindicato e que já se prolongava desde dezembro.

Apesar da ameaça de incumprimento dos serviços mínimos, novamente, decretados, na sequência de uma petição pública em defesa de “uma generalizada ação de desobediência”, o presidente da ANDAEP relata que as escolas estão a funcionar com relativa normalidade.

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Em declarações à agência Lusa, Filinto Lima disse que a adesão às greves mais prolongadas, como é o caso das iniciativas do Stop, tem vindo a diminuir e é, atualmente, residual.

“Penso que se está a vulgarizar este recurso na luta dos professores e os próprios professores podem já não estar a dar importância a este tipo de greve durante alguns dias“, afirmou o representante dos diretores.

O mesmo não acontece quando estão em causa concentrações, protestos ou greves pontuais, como a paralisação por distritos em curso, convocada pela plataforma de nove organizações sindicais. Nesses casos, Filinto Lima nota mais empenho por parte dos docentes.

Por esse motivo, o presidente da ANDAEP considera que não seria, sequer, necessário decretar serviços mínimos para as escolas, que, muitas vezes, têm condições para ir além daquilo que foi decretado pelo tribunal arbitral.

“Entendo que o Governo tem de tomar uma posição, mas provavelmente nem era necessário o recurso aos serviços mínimos atendendo ao impacto residual e à adesão que esta greve está a ter”, explicou.

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De acordo com o acórdão mais recente, referente à greve do Stop, as escolas devem assegurar, por exemplo, três horas de aulas/tempos letivos diários por turma, de forma a garantir, semanalmente, a cobertura das diferentes disciplinas.

Pelo sindicato, o coordenador nacional do Stop disse à Lusa, sem precisar, ter conhecimento de algumas escolas que encerraram, pelo menos parcialmente, no primeiro dia de paralisação.

André Pestana sublinhou, por outro lado, a adesão à manifestação dos trabalhadores das escolas durante o desfile do 25 de abril, que juntou algumas centenas de pessoas atrás de uma faixa do Stop, onde se lia “Só não há dinheiro para quem trabalha”.

Entretanto, os docentes e não docentes terminaram  o acampamento, que iniciaram na segunda-feira, em Lisboa, e que estava previsto terminar apenas a 1 de maio. De acordo com o dirigente sindical, o cumprimento dos serviços tornava difícil manter o protesto com “um número razoável de pessoas”.

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Além da greve do Stop, está também a decorrer a greve por distritos, convocada pela plataforma que integra as federações nacionais da Educação e dos Professores, esta quarta-feira em Portalegre. A paralisação – que está há uma semana a percorrer todos os distritos por ordem alfabética inversa, de Viseu a Aveiro, termina em 12 de maio em Lisboa.