A secretária-geral da Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP), Isabel Camarinha, disse esta segunda-feira que “não é com medidazinhas” que Portugal “vai sair do empobrecimento”, no início da tradicional manifestação que assinala o 1.º de Maio.
“Para desenvolvermos o país, não podemos continuar neste caminho do empobrecimento, não é com medidazinhas, é com aumento de salários e pensões, com taxação dos lucros, com controlo dos preços, é preciso uma alteração da distribuição da pobreza, e o Governo tem de perceber que não pode continuar o caminho do empobrecimento e o subdesenvolvimento”, disse Isabel Camarinha, no início da marcha que leva os manifestantes desde o Martim Moniz até à Alameda, em Lisboa.
Milhares de pessoas percorriam esta tarde a avenida Almirante Reis envergando cartazes e adereços críticos da política do Governo e a favor de melhores condições para os trabalhadores, mas também havia quem optasse por ficar na sombra para fugir ao calor que se faz sentir em Lisboa, e anime os presentes com a música da ‘Internacional Socialista’ tocada em flauta.
Entre as figuras mais pitorescas estava também um manifestante vestido à ‘Zé Povinho’, ou ainda outros dois, que seguiam no início do desfile, atrás da banda, vestidos à patrão, com um fato e muitas notas em tamanho gigante a representar o “grande capital”, com a inscrição das marcas de supermercados nos chapéus.
“Os trabalhadores estão a viver condições cada vez mais difíceis e precisamos de nos organizar, de nos unir e de lutar para exigir respostas e uma solução para os problemas que estamos a atravessar”, vincou a representante dos trabalhadores durante a manifestação em que se liam cartazes como “Salário mínimo 850 euros” ou “O Custo de vida aumenta, o povo não aguenta”.
Marcelo: “Pode haver alguma boa economia e isso não ser suficiente para haver boa política”
Para Isabel Camarinha, os bons indicadores macroeconómicos e laborais que o Governo apresenta não são sentidos pelos trabalhadores.
“Não se pode dizer que a economia está a crescer se os salários não aumentam, se os trabalhadores e reformados estão a empobrecer; os resultados podem ser muito bons, mas não há medidas concretas para resolver os problemas das pessoas”, criticou a sindicalista, que ainda esta tarde fará o discurso de encerramento da manifestação na Alameda.