Messi não quis propriamente esconder. Menos de 24 horas depois de o PSG cair com estrondo contra o Lorient ao perder no Parque dos Príncipes em inferioridade numérica, o argentino rumou à Arábia Saudita e fez questão de o publicitar nas redes sociais. Esta terça-feira, por sua vez, o PSG também não escondeu nada: e suspendeu Messi com efeitos imediatos.
De acordo com a RMC Sport, o clube francês encarou a viagem do jogador como um “comportamento grave” e abriu de imediato um processo disciplinar que culminou numa suspensão imediata que vai prolongar-se ao longo de duas semanas. Assim, Messi deve falhar as próximas duas jornadas da Ligue 1: uma visita ao Troyes, já no próximo domingo, e uma receção ao Ajaccio na semana seguinte.
No Instagram e no dia seguinte à surpreendente derrota perante o Lorient, o jogador argentino partilhou uma imagem já em terreno saudita e acrescentou a legenda: “Quem diria que a Arábia Saudita tem tanto verde? Adoro explorar as suas maravilhas sempre que posso”. Messi terá viajado na condição de embaixador do turismo do país, mas a verdade é que a presença do avançado na Arábia Saudita engrossou os rumores que o associam a uma transferência para o Al-Hilal já no final da temporada.
A visita à Arábia Saudita, que não terá sido autorizada pelo PSG, fez com que Messi faltasse a um treino de recuperação que tinha sido agendado para esta segunda-feira. Mais do que isso, fez com que Messi faltasse ao dia seguinte a uma derrota pesada para o clube parisiense numa altura em que viu o Marselha ficar a apenas cinco pontos da liderança da Ligue 1. De recordar que, há menos de um mês, a RMC Sport já tinha adiantado que o argentino não pretendia ficar em Paris na próxima temporada.
O contrato de Messi termina no fim da época, sendo que o vínculo assinado pelo argentino prevê a possibilidade de renovação por mais um ano depois de junho de 2023 — uma cláusula que, porém, só pode ser acionada pelo próprio jogador. Segundo a rádio francesa, as conversações entre Messi e o PSG com vista à tal renovação não terão chegado a bom porto: o clube pretende uma redução salarial de 25% para cumprir o fairplay financeiro e o jogador, para além de não aceitar o milionário corte, exigiu maiores garantias de que os franceses vão lutar ativamente pela conquista da Liga dos Campeões na próxima temporada.
Condições que envolvem a mudança de treinador, como o despedimento de Christophe Galtier no fim da época, e a contratação de nomes de topo que possam subir o nível exibicional da equipa. E condições que, à partida, o PSG não está disponível para assegurar nestes termos.
Os assobios ouvidos recentemente no Parque dos Príncipes, na derrota com o Lyon, terão sido mesmo a gota de água para Lionel Messi, que não se sente querido no clube. Do outro lado, segundo o L’Équipe, o PSG também não está satisfeito com a entrega e o compromisso do argentino, considerando que este nunca se enquadrou com os parâmetros dos franceses — ainda que, esta temporada, tenha já 18 golos e 17 assistências em 33 jogos realizados em todas as competições.