O título tinha estado literalmente nas mãos. Porque o Benfica ganhara os dois sets iniciais por 25-23 e 25-21, porque aquela pequena franja de adeptos encarnados numa zona lateral do Pavilhão Desportivo Vitorino Nemésio estava a controlar todos os restantes espectadores que começavam a não acreditar. Depois, tudo foi mudando. Houve um 25-22, um 25-19, uma “negra” mais desequilibrada a fechar com 15-7. Apesar de estar no limite da resistência, o Fonte do Bastardo conseguira segurar a decisão no playoff da final e levava tudo para um derradeiro capítulo à semelhança do que acontecera em 2018, então com triunfo do Sporting.

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“Eles jogaram bem, de novo, e recuperaram o jogo. Agora temos de avaliar o que aconteceu. Vamos entrar fortes para decidir o jogo em casa e fazer valer essa vantagem que conquistámos na primeira fase. Eles foram mais eficientes de novo no jogo 4, que foi um encontro mais demorado. Jogaram em casa, com o apoio da claque, mereceram a vitória e agora vamos tentar decidir o título em casa, com o apoio da nossa claque. Precisamos de neutralizar um pouco a equipa deles e ser eficientes nas nossas ações, jogar melhor”, frisara Marcel Matz, na antecâmara de uma decisão que podia juntar o Campeonato à Taça de Portugal. E foi mesmo isso que aconteceu, com mais uma dobradinha alcançada pelos encarnados tal como acontecera em 2021/22.

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O duelo entre ambos os conjuntos dificilmente podia estar mais equilibrado ao longo dos oito encontros realizados em 2022/23: os açorianos ganharam a Supertaça, dois encontros das fases iniciais do Campeonato e os jogos 1 e 4 da final, os encarnados venceram uma partida da fase inicial, a final da Taça de Portugal e os jogos 2 e 3 da final. Agora, a maior experiência dos lisboetas voltou a imperar, com uma vitória (3-0, com parciais de 25-18, 25-16 e 26-24) num Pavilhão da Luz ao rubro aproveitando a antecâmara do encontro da equipa de futebol com o Sp. Braga.

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Com o triunfo, o Benfica alcançou o 11.º Campeonato da história, apenas atrás de Sp. Espinho (18) e Técnico (13), sendo já o oitavo nos últimos 11 anos (com essa nuance de não ter havido um vencedor em 2020 por causa da pandemia): 1981, 1991, 2005, 2013, 2014, 2015, 2017, 2019, 2021, 2022 e 2023, naquele que foi o primeiro tetracampeonato para os encarnados. Já a Fonte do Bastardo foi vice-campeão pela quarta vez (2014, 2015, 2021 e 2023), contando no currículo com duas vitórias frente ao Benfica (2011 e 2016).

Também Marcel Matz aumentou a hegemonia nacional que consolidou desde que chegou no verão de 2018, depois da final mais disputada de sempre do Campeonato decidida nas vantagens da “negra” do jogo 5 com o Sporting a ganhar ao Benfica no Pavilhão João Rocha: Campeonato, Taça de Portugal e Supertaça com 36 vitórias e duas derrotas em 2018/19; Supertaça com 27 vitórias em 2019/20 antes do cancelamento de todas as provas pela pandemia; Campeonato e Supertaça com 38 vitórias e três derrotas em 2020/21; Campeonato, Taça de Portugal e Supertaça com 37 vitórias e uma derrota em 2021/22; Campeonato e Taça de Portugal com 34 vitórias e seis derrotas em 2022/23. Ou seja, em 13 títulos possíveis, ganhou 11, falhando somente a Taça de Portugal de 2020/21 (Sporting) e a Supertaça de 2022/23 (Fonte do Bastardo).