Siga aqui o liveblog sobre a guerra na Ucrânia
Depois de, no domingo, o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, ter confirmado que já lhe foram prometidas mais munições que lhe permitam manter-se na cidade ucraniana de Bakhmut, o Instituto para o Estudo da Guerra publica uma análise em que considera que o líder do Wagner e o líder da Chechénia, Ramzan Kadyrov, “terão efetivamente chantageado” o Kremlin.
“Kadyrov publicou uma carta, no dia 6 de maio, a pedir ao Presidente russo, Vladimir Putin, que ordenasse ao ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, e ao diretor da Guarda Nacional Russa, Viktor Zolotov, que autorizasse a transferência de unidades chechenas ‘Akhmat’ de ‘outras direções’ para assumir as posições do Wagner na direção de Bakhmut”, escreve o instituto norte-americano, citado pelo The Guardian.
“Preparado”. Líder checheno disposto a substituir Grupo Wagner em Bakhmut
“A carta de Kadyrov para Putin contornou a cadeia de comando da Rússia e a retirada de forças chechenas de outros lugares provavelmente significaria um risco para as linhas defensivas russas”, diz ainda a instituição, salientando que esse era um risco que a liderança militar russa e o próprio Putin “aparentemente não tinham vontade de correr”.
Na semana passada, Yevgeny Prigozhin, o líder do Wagner, uma empresa de mercenários que atuam ao serviço de Moscovo, aumentou a pressão sobre o Kremlin, denunciando a falta de munições e ameaçando abandonar Bakhmut — cidade ucraniana que tem sido mantida sob controlo russo pelos mercenários — caso o Kremlin não fornecesse mais munições.
Prigozhin aumenta a pressão sobre o Kremlin e ameaça abandonar Bakhmut
Prigozhin divulgou também um conjunto de vídeos em que, além de insultar diretamente o Kremlin pela falta de apoio militar, mostrou os cadáveres de vários soldados do Grupo Wagner mortos durante a guerra na Ucrânia.
No domingo, Prigozhin anunciou no Telegram que já lhe tinham sido prometidas mais munições e equipamentos militares, sinalizando que o seu protesto tinha dado frutos e que havia condições para o Grupo Wagner continuar em Bakhmut.