Foi perto de Bakhmut, o epicentro da guerra na Ucrânia, que esta terça-feira morreu mais um jornalista. A morte de Arman Soldin, jornalista da AFP, foi testemunhada por dois colegas seus da agência de notícias. A equipa encontrava-se a acompanhar soldados ucranianos e, durante um ataque russo, um rocket caiu perto da zona onde Soldin estava deitado. O jornalista, coordenador da equipa de vídeo da AFP, tinha 32 anos e morreu no local.

Os repórteres estavam em Chasiv Yar, no leste da Ucrânia. Arman Soldin tinha 32 anos, nacionalidade francesa e origem bósnia, e nasceu em Sarajevo. O resto da equipa saiu ilesa do ataque.

A AFP já comentou a morte do jornalista, dizendo que a equipa “está devastada” com a morte de Arman Soldin. Também o seu presidente, Fabrice Fries, argumentou que a morte do jornalista “é um terrível lembrete dos riscos e perigos enfrentados diariamente pelos jornalistas que cobrem o conflito na Ucrânia.”

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Arman Soldin nasceu em Sarajevo e tinha cidadania francesa. Em 2015, em Roma, começou a trabalhar para a AFP como estagiário. Mais tarde, passou a trabalhar, já como jornalista contratado, na sucursal de Londres. Foi enviado para a Ucrânia logo no início da guerra, chegando ao terreno no dia seguinte à invasão russa.

“Lamentamos informar que o nosso repórter Arman Soldin foi morto hoje perto de Bakhmut, na Ucrânia. Todos os nossos pensamentos vão para sua família e entes queridos”, escreveu a AFP no Twitter. “Ele é pelo menos o 11.º repórter, intermediário ou motorista de jornalistas morto na Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro de 2022”, escreve a AFP, citando os balanços de duas associações, a Repórteres sem Fronteiras e o Comité para Proteger Jornalistas.

A segunda organização tem uma contagem de mortos superior à Repórteres sem Fronteiras. Segundo o seu balanço, referente a 2022, pelo menos 67 jornalistas e trabalhadores dos media foram assassinados, “o número mais alto desde 2018 e um aumento de quase 50% em relação a 2021”. Esse aumento deveu-se a “um alto número de mortes de jornalistas a cobrir a guerra da Ucrânia e um grande aumento dos casos de homicídios na América Latina”.

“Mais da metade dos 67 casos ocorreram em apenas três países – Ucrânia (15), México (13) e Haiti (7), os maiores números anuais que o CPJ já registrou para esses países”, lê-se no site da organização.