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Volodymyr Zelensky, presidente ucraniano, aterrou na manhã deste sábado, 13 de maio, no aeroporto de Ciampino, em Roma, onde decorreram os encontros com o presidente italiano, Sergio Mattarella e com a primeira-ministra, Giorgia Meloni. Seguiu depois para o Vaticano, onde se encontrou e com o Papa Francisco naquele que foi o primeiro encontro entre o chefe máximo da Igreja católica e o presidente ucraniano.
A audiência privada terá durado cerca de 40 minutos e terminou com uma troca de ofertas: o Papa Francisco ofereceu uma escultura com a representação de um ramo de oliveira, figura que representa a paz, a Zelensky. Já a Ucrânia optou por uma imagem de uma Virgem Maria, pintada num colete à prova de balas.
Com apelos à paz, apoios reforçados e mensagens a Moscovo, Itália e Ucrânia fortaleceram os laços. “A paz, pela qual todos trabalhamos, deve restaurar a justiça e o direito internacional. Deve ser uma verdadeira paz e não uma rendição”, declarou Sergio Mattarella, à margem da reunião com Zelensky, a primeira do dia, que decorreu no palácio Chigi. O presidente italiano declarou também ajuda “militar, financeira, humanitária e de reconstrução, a curto e longo prazo” à Ucrânia.
“Não são apenas a independência e a integridade territorial da Ucrânia que estão em jogo, mas também a liberdade dos povos e a ordem internacional”, disse, citado pelo jornal italiano La Repubblica.
Houve mais assuntos abordados na reunião que terá durado cerca de 25 minutos. O tema das crianças ucranianas alegadamente raptadas pela Rússia esteve em cima da mesa, detalhou Andiy Yermak, diretor do gabinete presidencial ucraniano na rede social Telegram. “Este fenómeno deve ser interrompido, as crianças devem ser trazidas para casa e os russos devem ser punidos. Estamos a trabalhar”.
Zelensky agradeceu o apoio continuo italiano, a “postura consistente” e elogiou os “valores comuns” entre os dois países. “Estou aqui para agradecer à Itália. Gostaria de abraçar os italianos um a um pelo apoio que nos tem sido continuamente oferecido em todos os níveis e que não mudou com os governos (Draghi e Meloni). Temos valores comuns com a Itália”, declarou Zelensky, depois da reunião.
No Telegram, o chefe de Estado também celebrou o encontro com o homólogo italiano, agradecendo a “postura consistente de apoio” à Ucrânia. “Itália esteve e está do lado certo, do lado da verdade nesta guerra”.
“Hoje o meu amigo Zelensky está aqui”. Um “sinal de uma Ucrânia que aposta no futuro” e de uma Itália “protagonista no futuro comum de prosperidade”
Numa agenda com poucos intervalos, seguiu-se o encontro com a primeira-ministra Girgia Meloni, que em outubro de 2022 esteve em Kiev. Nesse encontro reiterou o apoio à Ucrânia e deixou o convite a Zelensky para visitar Itália. Sete meses depois, a governante e o chefe de Estado reuniram-se em Roma e conversaram ao longo de 70 minutos, detalhe o La Repubblica. Um encontro “logo e frutífero”, descreveu Meloni à margem da reunião, que consolida o “posicionamento pró-Ucrânia muito claro em Itália”.
“Apostamos na vitória da Ucrânia”, declarou em conferência de imprensa, que decorreu depois de um almoço de trabalho que reuniu as delegações dos dois países. “Asseguramos o apoio à paz desde que seja uma paz justa”, acrescentou. A primeira-ministra reforçou ainda a mensagem de Mattarella — “não se pode chegar a uma rendição, seria injusto e perigoso” – e deixou uma mensagem à Rússia: “Moscovo, parem as vossas tropas“. Meloni reafirmou que a Ucrânia é vítima de agressão e que “ao defender a sua integridade e identidade, distancia a guerra do resto da Europa”.
“O meu amigo Zelensky está aqui e isso é sinal de uma Ucrânia que aposta no futuro, de uma Itália que é protagonista de um futuro comum de prosperidade, como dem o facto de Roma ser a primeira paragem na sua visita à Europa”, declarou a Meloni, que indicou também que Itália é um dos países vítimas “da propaganda russa”.
Volodymyr Zelensky segue agora para Berlim confirmaram este sábado fontes do governo ucraniano, avançou o alemão Der Spiegel. Será recebido pelo chanceler, Olaf Scholz, e pelo presidente, Frank-Walter Steinmeier, naquela que é a primeira viagem do chefe de Estado ucraniano à Alemanha desde o início da guerra.
O presidente ucraniano vai receber o prémio internacional Carlos Magno, em Aachen, que lhe foi atribuído por ter defendido, não só a soberania da Ucrânia e a vida dos cidadãos, mas também a “Europa e os valores europeus”. A possibilidade desta visita já havia sido anunciada no início do mês, mas ainda estava por confirmar.