A Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) apoiou em 10 anos quase 6.000 projetos de investigação com 1,021 mil milhões de euros, sendo que quase metade da verba foi para despesas com pessoal, foi esta terça-feira divulgado.

Os dados constam da base “A FCT em números”, que está desde esta terça-feira disponível no portal da fundação. A nova base de dados, que agrega estatísticas sobre bolsas de doutoramento, emprego científico, instituições, projetos e execução financeira da fundação, foi lançada por ocasião do Dia Nacional dos Cientistas, que se comemora anualmente a 16 de maio.

A FCT é a principal entidade, da dependência do Governo, que subsidia a investigação científica em Portugal, designadamente através de bolsas e contratos de trabalho a termo para investigadores e apoio direto a projetos e laboratórios.

Segundo os dados, de 2012 a 2022 a FCT aprovou 5.909 projetos de investigação de 564 instituições, que totalizaram um financiamento de 1.021,8 milhões de euros — 718,1 milhões assegurados pelo Orçamento do Estado (OE) e 303,7 milhões pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (Feder).

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Quase metade do financiamento (466,1 milhões de euros) destinou-se a recursos humanos, por exemplo bolsas e contratos de trabalho de investigadores.

A restante verba distribuiu-se por aquisição de bens e serviços (210,7 milhões de euros), gastos gerais (191 milhões), missões (66,44 milhões), equipamento (46,7 milhões), divulgação e promoção (31,8 milhões), subcontratos (quatro milhões), registo de patentes (3,7 milhões) e adaptação de edifícios e instalações (1,2 milhões de euros).

Mais de metade dos projetos (51,27%) são de Serviços e Fundos Autónomos (como universidades e laboratórios do Estado) e quase metade (47,07%) são de Instituições Privadas Sem Fins Lucrativos (como unidades de investigação, fundações e associações).

Lisboa, Porto e Coimbra são os distritos no “pódio” dos projetos, com as ciências exatas e naturais, as ciências médicas e da saúde e as ciências de engenharia e tecnologias a liderarem as áreas do conhecimento mais financiadas.

O ano 2018 foi o que teve mais projetos aprovados (1.746), seguindo-se 2013 (925) e 2016 (941), que beneficiaram de financiamento do OE e do Feder.

A estes anos, seguem-se com mais projetos aprovados, mas apenas com financiamento do OE, 2022 (734), 2021 (669) e 2020 (479).

Numa nota de imprensa, a FCT justifica a publicação da nova base de dados com “o objetivo de continuar a seguir os princípios de transparência na sua gestão, promovendo deste modo uma maior confiança e um maior envolvimento e participação informada da comunidade científica no desenho de políticas de ciência”.