Siga aqui o nosso liveblog da guerra na Ucrânia

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu para reunir com o homólogo brasileiro à margem da cimeira do G7, que está a decorrer em Hiroshima, no Japão. Porém, da parte da Lula da Silva haverá alguma resistência, embora autoridades brasileiras admitam que o encontro poderá acontecer este domingo.

A informação de que tinha chegado um pedido de reunião foi confirmada pelo Itamaraty, o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Brasil, que é citado pelo site G1. Ainda assim, não foi confirmada qualquer data e este sábado, quando questionado sobre um possível encontro com Zelensky, Lula da Silva disse que não sabia se aconteceria e que ainda não tinha tomado a uma decisão sobre o tema.

O governo brasileiro divulgou a agenda do Presidente para este domingo, o último dia da cimeira do G7, onde não consta qualquer previsão para o encontro. O site brasileiro Terra escreve que, após o convite de Zelensky (que permanece sem resposta), Lula encaixou no seu calendário uma reunião com Azali Assoumani, Presidente da União Africana.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A Sky News relata que Lula terá dito a Emmanuel Macron, Presidente francês, que vai aceitar o convite. À Globo, autoridades brasileiras, que falaram sob condição de anonimato, afirmaram que ainda é possível que o encontro entre os líderes ocorra este domingo. Além disso, avançaram que a presença surpresa de Zelensky na cimeira enervou a delegação do Brasil, que se sente pressionada a aceitar o convite.

Vários elementos da delegação brasileira estariam também preocupados com a possibilidade de o Presidente da Ucrânia ser incluído na fotografia oficial dos líderes que se encontram na cimeira e sentiram-se aliviados quando este não apareceu. Zelensky chegou este sábado ao Japão e tem feito questão de se encontrar com diversos líderes mundiais, como é o caso de Rishi Sunak, primeiro-ministro britânico.

O pedido de encontro com Lula chegou uma semana após Celso Amorim, que é descrito pela imprensa brasileira como assessor especial para os Assuntos Internacionais da Presidência, ter participado numa reunião com Zelensky em Kiev. A concretizar-se, a reunião entre os dois acontecerá meses após o Presidente do Brasil ter feito declarações sobre a guerra que geraram polémica: os EUA deveriam parar de “encorajar” o conflito na Ucrânia e a União Europeia deveria “começar a falar de paz”.

Numa visita a Portugal, em abril, Lula da Silva esclareceu as suas declarações, explicando que o Brasil “não tem uma posição ambígua” relativamente à guerra e reconheceu que a “Rússia errou” ao invadir a Ucrânia. “Todos nós achamos que a Rússia errou”.

Questionado sobre as críticas ao Ocidente, o chefe de Estado brasileiro disse que não pediu à Europa e aos Estados Unidos “outro comportamento” relativamente à entrega de armas. No entanto, apelou aos países ocidentais para voltarem a “falar de paz”. “A Rússia não devia ter invadido, mas invadiu. É um facto. O Brasil não quer escolher um lado. Quer um grupo de países para conversar”, ressalvou.

Lula rejeita ter “posição ambígua” na guerra na Ucrânia e quer EUA e UE a “falar de paz”